Em que pesem a crise econômica e as dificuldades para ampliação da infraestrutura, o montante representa um crescimento de 12% em relação a 2017.
Em que pesem a crise econômica e as dificuldades para ampliação da infraestrutura, o setor de telecomunicações aumentou os investimentos nos 12 meses encerrados em setembro de 2018, elevando os aportes para R$ 20,5 bilhões no período. O montante significa um incremento de 12% em relação a 2017.
“Apesar das condições do País, a receita se mantém estável, o número de pessoas com celular é alto e mesmo com as dificuldades para a instalação da infraestrutura temos 4G em 4.269 municípios”, resumiu o presidente-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, ao fazer um balanço do desempenho do setor em 2018.
Para ele, os aportes das prestadoras foram uma vitória da competitividade do mercado brasileiro. “Embora tenhamos um país muito desigual, todos têm celular. Mas os preços caem, reduzindo o peso da cesta de telecomunicações para as famílias”, disse Levy, ao mostrar dados que deixam o Brasil sempre entre os top 5 com menores preços na telefonia móvel mundial.
Como mostra o SindiTelebrasil, o que corresponde a uma oferta básica em serviço de internet móvel cresceu de 500 MB para 1 GB, enquanto o preço caiu 26% – de R$ 27 para R$ 20 – na passagem de 2017 para 2018. Para o sindicato das prestadoras, o Brasil pode e deve fazer mais.
Uma prioridade é a implantação da estratégia de transformação digital. “Temos uma política desenhada que pode e deve ser implementada com urgência para o Brasil dar um salto”, acrescentou o presidente-executivo do SindiTelebrasil.
Aplicações e nova gestão
O Brasil já conta com uma base sólida em termos de infraestrutura e aplicações. “Temos a 5ª maior rede mundial, cobertura 3G e 4G em todo o País e soluções efetivas, como imposto de renda 100% digital, o processo eleitoral, imensos bancos de dados prontos. Fazer essas coisas foi mais difícil do que juntá-las agora”, insistiu o presidente-executivo do SindiTelebrasil.
Algumas medidas foram defendidas pelo setor de TICs junto ao governo eleito. Em reunião com o futuro ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, foram apresentados destaques da agenda política dos setores de TICs, como a revisão do marco legal das telecomunicações, o Plano Nacional de Internet das Coisas e a política de desoneração da folha.
A efetiva implantação da Internet das Coisas no Brasil, lembrou Levy, passa necessariamente pela eliminação da carga tributária nos chips M2M. Em repetida simulação da incidência sobre um dispositivo, o SindiTelebrasil mostra que em uma receita bruta anual de R$ 12 restam não mais de R$ 1,51 a partir do segundo ano – no primeiro, o saldo é negativo em R$ 2,29.
“É impossível termos IoT no Brasil com essa matriz tributária”, afirmou. Pronto desde maio, o Plano Nacional de Internet das Coisas, que trata da desoneração, está à espera da sanção presidencial.
SindiTelebrasil – Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal
TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação
M2M – máquina a máquina
IoT – Internet das Coisas