País precisa avançar na qualificação de mão de obra para reduzir o gap existente entre a exigência de novas habilidades e a fronteira tecnológica, defendeu o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, ao participar de live sobre “Capacitação e emprego do futuro”.
O Brasil precisa avançar na qualificação de mão de obra para reduzir o gap existente entre a exigência de novas habilidades e a fronteira tecnológica, defendeu o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, ao participar de live sobre “Capacitação e emprego do futuro”, nesta terça-feira (17).
Para isso, é necessária uma mudança de mentalidade tanto dos formuladores de políticas públicas quanto do empresariado. “Essa mudança na capacidade de formular a política pública voltada para essas novas habilidades vai ser um ponto fundamental para que possamos reduzir essa distância que há entre o que é necessário e que se tem hoje ofertado”, afirmou.
Citando o Ranking de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, Ferrari pontuou que o Brasil perdeu 15 posições entre 2013 e 2019, ocupando o 71º lugar entre 141 países. Ele lembrou também que a taxa de desocupação no Brasil entre os mais jovens está em torno de 30% e que a de subocupação está em cerca de 40%, cenário que foi agravado com a pandemia da Covid-19.
“Esses dados nos preocupam, pois uma série de novas habilidades serão exigidas nesse novo cenário e estamos sempre correndo atrás do futuro”, afirmou, observando que as novas tecnologias estão promovendo uma transformação digital na sociedade, como o 5G, Internet das Coisas, digitalização, computação em nuvem, big data, comércio eletrônico, inteligência artificial, criptografia, robôs etc.
Segundo ele, embora a pandemia tenha acelerado o processo de digitalização do emprego e da adoção do home office, a renda ainda é um fator limitante no Brasil. “O mundo todo nesta pandemia mudou para o trabalho remoto, tanto corporações quanto escolas, mas observamos que quanto menor a renda per capta menor o número de pessoas que conseguiu trabalhar remotamente.
Ferrari avaliou que, se por um lado as novas tecnologias estão mudando radicalmente os modelos de negócios das empresas, por outro estão demandando uma mão de obra preparada para o ambiente de transformação digital. A estimativa, segundo o Banco Mundial, é de 85 milhões de empregos podem ser substituídos até 2025 por uma mudança na divisão de trabalho entre humanos e máquinas e que 97 milhões de novos papeis podem surgir adaptados à essa nova divisão de trabalho.
Por fim, Ferrari pontuou que o 5G e a Internet das Coisas vão proporcionar um grande salto em produtividade nos países que estiverem preparados para essa transformação, mas exigirão antes disso uma série de mudanças estruturais de ordem regulatória e legal e investimento em formação profissional. “O Brasil precisa urgentemente de política públicas que estimulem sua competitividade global e a formação e “recapacitação” do capital humano é fundamental nesse momento de transformação digital”, acrescentou.