CEO da Vivo defende mais estímulos para avanço do 5G

Executivo mencionou que dispositivos e serviço ainda são muito tributados, o que encarece e dificulta a sua massificação

Brasília, 05/11/24 – A transformação do perfil de atuação da Vivo foi um dos temas tratados pelo CEO da companhia, Christian Gebara, durante sua participação no Painel Telebrasil 2024. O executivo, que também preside a Telebrasil, falou ainda sobre a evolução das redes 5G no Brasil, a Reforma Tributária e as oportunidades que a disseminação da inteligência artificial pode trazer ao País.

O executivo afirmou que parte da estratégia de digitalização passa pelo crescimento do 5G que, de acordo com Gebara, precisa de mais estímulos. Ele defende que o crescimento da cobertura é importante, mas lembra que o preço dos dispositivos pode ser uma barreira. “Hoje mais de 57% da população tem redes 5G disponíveis, mas o serviço e os aparelhos são muito tributados”, disse.

A questão passa pela Reforma Tributária. Gebara lembrou que, em comparação com as 15 maiores nações do mundo, o Brasil é uma das piores em tributação. “Hoje temos cerca de 30% de tributos sobre o setor, contra uma média de 11% em outros países”, destacou.

O executivo acredita que, com a Reforma, chegar a uma carga de 26,5% com simplificação já seria um ganho. “Mas queremos ser tratados como serviço essencial, com os benefícios que isso pode trazer, como reduções e cashbacks. Temos certeza que não tributar – ou tributar menos – deve fazer com que o consumo seja ainda maior”, acrescentou.

Por tudo isso, Gebara considera que o setor deve manter sua agenda, buscando tratamento diferenciado. “Olhando países onde a digitalização se tornou vital para o desenvolvimento, isso ocorreu porque ela teve tratamento diferenciado”, defendeu. Para o executivo, esse tratamento passa por um esforço de coordenação transversal, com priorização dos planos de governo e a definição de um organismo que tenha essa coordenação.

É um caminho que deve incluir também as oportunidades a serem geradas pela disseminação da inteligência artificial, para as quais o Brasil está bem-posicionado. “Temos infraestrutura e energia abundante, por isso saímos na frente. Nosso ambiente de negócios precisa ser aprimorado e temos muito a avançar em letramento digital. Mas temos um país jovem, ainda com muitas oportunidades de formar pessoas para essa demanda.”

Sobre a atuação da Vivo, Gebara lembrou que ela é uma empresa com milhões de clientes, presença de canais e um sistema de faturamento que atende a todo esse contingente. “Com isso, podemos levar conexão e digitalização, passando a fazer parte da vida digital de nossos clientes também com conteúdo”, afirmou.

Nesse sentido, a companhia vem oferecendo serviços digitais como cloud computing, cibersegurança, internet das coisas e venda de equipamentos, gerando um volume de vendas que já representa 10% de sua receita, isso no setor B2B. Para o consumidor final, Gebara revelou que a grande tendência é a oferta de serviços financeiros, tanto que o Vivo Pay já emprestou mais de R$ 800 milhões.

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