O mercado brasileiro vive uma intensa competição na banda larga e o 5G será habilitador de novos serviços e aplicações, afirma o CEO da Claro Brasil, Paulo César Teixeira. O executivo observa que em um negócio de grande demanda, como é o de telecomunicações, capacidade de investimento é fundamental.
O 5G dará um salto como plataforma habilitadora de novos serviços e de negócios, sustentou o CEO da Claro Brasil, Paulo César Teixeira, ao participar do Painel Telebrasil 2021, nesta terça-feira, 21/09. Segundo ele, o 5G vai mudar o patamar de velocidade e as pessoas tenderão a consumir mais. “Tivemos um boom das redes móveis na pandemia. O uso individualizado mudou de patamar porque novos hábitos foram incorporados ao dia a dia. Com o 5G não será diferente, já que há uma experiência de maior velocidade e de baixa latência”, afirmou.
A Claro, reportou o executivo, está se preparando para ter o melhor que o 5G poderá proporcionar ao consumidor, mas, segundo ele, já há um estágio muito satisfatório com o 5G DSS, ofertado a partir da frequência do 4G. Indagado sobre o que vai mudar no mercado brasileiro com a compra da Oi Móvel pela Vivo, TIM e Claro, Paulo César Teixeira assegurou que o maior beneficiário será o consumidor.
O executivo lembrou a recente aquisição, pela Claro, da Nextel, quinta operadora do mercado e com atuação no Rio de Janeiro e São Paulo. “Encontramos grandes profissionais que foram incorporados ao time da Claro. Trouxemos o cliente Nextel para uma rede superior e não houve mudança de plano tarifário. Posso assegurar que não houve nenhum impacto para o cliente consumidor, e a Oi Móvel virá com a mesma perspectiva”, atestou.
Teixeira observou que há indagações sobre uma possível concentração de mercado, mas lembrou que os grandes mercados estão passando por consolidações e deu os Estados Unidos como exemplo. “Lá eram duas grandes e duas médias operadoras e hoje são três grandes. A capacidade de investimento em um negócio de escala é fundamental. Na Claro, o tráfego individual cresceu 50% em 12 meses. O tráfego total da Claro está crescendo 80% ao ano. Tem de ter capacidade para investir para suportar esse crescimento e garantir a oferta dos serviços”, ponderou.
Com o propósito de ser um hub de conectividade e de conteúdo, a Claro considera que no Brasil, hoje, há uma intensa competição na banda larga. “Nós, operadoras, estamos indo para os mercados menores; os ISPs estão vindo para os maiores”, frisou Teixeira. Sobre o mercado de televisão, o executivo diz que há muitos desafios a serem superados. O primeiro deles é a chegada de mais players entregando conteúdo de streaming, que naturalmente concorrem com a TV paga. “Não por acaso nós incorporamos o streaming ao nosso portfólio.”
Paulo César Teixeira, no entanto, fez um alerta relevante: “o mercado de televisão está sendo fortemente impactado pelas caixinhas piratas” e cobrou dos provedores de conteúdo uma atuação mais impositiva no combate à pirataria. “A concorrência com as caixinhas piratas é desleal, e isso tem de ser observado pelas autoridades competentes, mas gostaria que os provedores de conteúdo também agissem mais. O conteúdo não é gratuito, e um dia a conta vai chegar”, alertou o executivo. No caso da Claro, a inovação é o caminho. A operadora recém-lançou o Claro Box TV, uma conexão IPTV que dispensa a conexão fixa, e prepara um aplicativo que virá com todo o conteúdo embarcado.