A experiência digital vivenciada pelos consumidores durante o isolamento social deverá manter elevada a intenção de compra on-line nos próximos seis meses, conforme nova edição da pesquisa Consumer Sentiment Brasil, realizada pelo Boston Consulting Group (BCG).
A experiência digital vivenciada pelos consumidores durante o isolamento social deverá manter elevada a intenção de compra on-line nos próximos seis meses, conforme nova edição da pesquisa Consumer Sentiment Brasil, realizada pelo Boston Consulting Group (BCG). O estudo também identifica tendências nos canais físicos, entre elas a resiliência do comércio de vizinhança, que se destaca entre seus concorrentes na pandemia por ser o único a não registrar retração de hábitos.
“As compras on-line vieram para ficar”, prevê Flávia Takey, sócia e líder da prática de Varejo do BCG no Brasil. Essa tendência se confirma em especial entre as famílias com médio e alto nível de renda, uma vez que parcelas da população da baixa renda devem apresentar maior dificuldade de acesso aos canais digitais. O desafio para esses canais, observa, é oferecer uma boa experiência de compras para fidelizar o cliente.
O estudo mostra também variação entre as diferentes classes sociais nos fatores de motivação para a escolha de canal. Segundo Flávia, os consumidores de todas as classes sociais estão muito preocupados em cortar gastos e, para evitar grandes deslocamentos, preferem canais próximos de casa. No entanto, as classes A, B e C estão também muito preocupadas com saúde, ao passo que as classes D e E estão priorizando muito menos este fator em razão da maior restrição de caixa.
A Consumer Sentiment ouviu 1,3 mil consumidores entre 17 e 19 de abril e indica ainda um maior ceticismo do brasileiro em relação à crise, o que se reflete na intenção do consumidor de normalizar gastos dentro de três a quatro meses, embora a percepção seja de que a economia pode demorar um pouco mais para se recuperar. Para apenas 7% dos entrevistados a situação estará melhor nos próximos seis meses, índice que sobe para 11% no cenário de um ano e para 23% nos próximos dois anos.