Operadora quer ir além da oferta de conectividade, com parceiros com expertises diversos, afirmou o CEO da companhia, Christian Gebara.
O CEO da Vivo, Christian Gebara, não tem dúvidas de que a tecnologia será o vetor de transformação do País, ajudando a suprir deficiências em áreas como renda, serviços financeiros, educação e saúde. Ele quer a Vivo fazendo parte desse processo não apenas na oferta de conectividade, como também acelerando o portfólio de serviços digitais. Nesse papel, a empresa trabalha com o conceito de inovação aberta, o que lhe permite conquistar parceiros com expertises diversos.
“A pandemia mostrou que hábitos digitais vieram para ficar”, observou, ao se apresentar no Painel Telebrasil 2021, nesta terça-feira, 14/09. De acordo com os dados divulgados pelo executivo, 65% dos brasileiros que fizeram home office pretendem continuar trabalhando de casa, 69% das pessoas continuarão fazendo compras em redes de varejo online, 60% dos estudantes irão permanecer com cursos virtuais, 36% dos trabalhadores acreditam no contínuo uso da videoconferência e 80% dos assinantes de streaming não pretendem se desfazer das assinaturas.
Nesse cenário, Gebara comentou que a Vivo está expandindo sua atuação além da conectividade para se tornar um ecossistema digital. Seu foco está distribuído em serviços financeiros, saúde e bem-estar, educação, marketplace, casa conectada e digitalização das empresas. Somente no e-commerce Marketplace da operadora, já foram realizadas 25 milhões de visitas.
Em serviços financeiros, a empresa oferece o Vivo Pay, a conta digital gratuita da companhia, que começa a ampliar seu espectro para permitir negociações fora do circuito Vivo, podendo ser usado em outros serviços. Também o Vivo Money, voltado para crédito pessoal, ganhou um upgrade e os valores negociados dobraram, chegando a um empréstimo de R$ 50 mil. “Temos um volume de clientes não bancarizados, conhecemos seus perfis e sabemos da recorrência de pagamento”, reforçou o executivo.
Em educação, a empresa vai construir uma plataforma focada em cursos não regulados e profissionalizantes e, para isso, tem conversado com potenciais sócios no projeto. A exemplo do que ocorreu na área de saúde, em que fechou parceria com a Teladoc para lançar um sistema de e-health com foco na população não atendida. “A telemedicina veio para ficar”, pontuou. E os números comprovam: entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados no País por essa ferramenta, e mais de 52,2 mil médicos fizeram atendimento. A projeção é de que 50% dos serviços de saúde serão conduzidos virtualmente até 2030, e o mercado de telemedicina crescerá quatro vezes até 2026.
Ao mesmo tempo que amplia suas ofertas para o consumidor, a Vivo está reforçando seu posicionamento para se tornar a parceira tecnológica das empresas. Seu core continua concentrado em acesso, via fibra ou internet dedicada, serviços móveis, M2M, redes privadas LTE e arquitetura SD-WAN. Mas também investe no portfólio de serviços digitais para esse mercado, com alianças estratégicas e soluções IoT, big data, equipamentos, gestão de tecnologia. Em cloud e cibersegurança, a empresa oferece um pacote de sistemas diversificados, com soluções customizadas. “Infelizmente tivemos notícias de muitos ataques durante a pandemia, no Brasil e no exterior. Este ano, o Brasil foi o quinto país mais atacado”, enfatizou. A aposta da Vivo em IoT é alta, e a empresa atua com soluções conjugadas com dispositivos de Internet das Coisas no mercado agro, indústria, logística e retail. Trata-se de um segmento de alta expectativa de crescimento, 24% até 2024. “A chegada do 5G vai ajudar a expandir ainda mais essa área”, acredita o executivo. Ele lembrou que nessa jornada a inovação aberta tem sido “fonte de inspiração e capacidade” da empresa. Como exemplo, citou a Wayra, sua aceleradora, que conta com 33 empresas ativas, das quais cerca de 45% alinhadas com os negócios da operadora e que, juntas, possuem um valor de mercado somado de R$ 1 bilhão.