Bloqueio da Porta 25 reduziu em 88% o envio de spams e aumentou segurança das redes e dos usuários da internet
Brasília, 22 – O envio de spams no Brasil caiu 88% com o bloqueio da Porta 25, implantada no fim do ano passado pelas prestadoras de telecomunicações. Essa medida foi determinante para tirar o Brasil do ranking dos 10 países que mais enviam spams no mundo, ampliando a segurança das redes e dos usuários de internet.
O bloqueio da Porta 25, principal via de saída dos computares desses e-mails indesejáveis, foi adotado pelas prestadoras de telecomunicações em conjunto com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e contou com o apoio de órgãos de defesa do consumidor.
Esse é um exemplo do benefício que a gestão de redes pode trazer tanto para o sistema quanto para o usuário de telecomunicações, que terá um ambiente mais seguro para usar a internet, explica o diretor executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, que também é conselheiro do CGI.br. Para Levy, ações dessa natureza devem ser adotadas sempre que se mostrem indispensáveis à garantia da segurança e da estabilidade da rede.
“A contribuição das prestadoras de telecomunicações foi determinante para a redução da quantidade de spams oriundos no Brasil e tais resultados só foram possíveis graças à implantação de uma regra de bloqueio para determinados pacotes de dados, a partir da gestão do tráfego Internet. Essa regra é mais uma entre dezenas de outras relativas à atividade de gestão que as empresas executam em suas redes, a partir de monitoração dos cabeçalhos dos pacotes que trafegam na Internet”, afirmou Levy.
Em 2009, o Brasil era o primeiro da lista no envio de spams, com mais de um milhão de IPs, que correspondiam a 17% de todos os IPs listados, hoje aparece na 12ª posição, com menos de 200 mil IPs, o que representa apenas 2% dos IPs listados, de acordo com as estatísticas da lista CBL (Composite Blocking List – http://cbl.abuseat.org/country.html). A CBL atualiza diariamente dados consolidados referentes a IPs que enviaram spam no período de 10 dias anteriores à atualização.
Medidas como essa, que exigem gerenciamento de redes, podem vir a ser proibidas caso seja aprovada a atual redação proposta pela relatoria para o Marco Civil da Internet. O setor de telecomunicações entende que novas legislações para o uso da internet no Brasil devem assegurar os direitos de liberdade de expressão e privacidade, sem limitar a possibilidade de escolha de serviços que melhor atendam ao perfil de cada usuário e sem impedir ações de gerenciamento que contribuam para o bom funcionamento das redes e da internet como um todo.