Em processo semelhante ao ocorrido com as torres de telefonia, empresas apostam na transformação das redes de fibra em commodity.
Brasília, 12/09/2023 – O futuro da fibra está nas redes neutras. Esta é a conclusão do CEO da FiBrasil, André Kriger, conforme disse em sua palestra realizada no Painel Telebrasil Summit 2023 nesta terça-feira (12). O executivo afirmou que os acessos via fibra vêm crescendo no Brasil e que, a exemplo do que ocorreu com as torres de telefonia, a transformação das redes em commodity deve estimular ainda mais o crescimento.
Kriger lembrou que o mercado de banda larga amadureceu muito nos últimos dez anos, com aumento da participação das redes FTTH (Fiber-to-the-Home) e dos pequenos e médios provedores. De acordo com ele, em 2013, as redes de fibra representavam apenas 0,5% de um mercado em que as grandes operadoras detinham 80% das ofertas. Cinco anos depois, a fibra já detinha quase 20% do mercado, com 75% das ofertas com as grandes operadoras. Hoje, as redes de fibra têm 70% de market share, com cerca de 50% dos acessos oriundos de pequenos e médios provedores.
“O modelo de desagregação das torres funcionou por conta dos mesmos fatores que encontramos hoje nas redes neutras de fibra”, comparou. Esses fatores seriam a transformação dos ativos em commodity, com alto nível de competição entre os fornecedores; maior ocupação, compartilhando e reduzindo custos; criação de empresas especialistas na oferta; e a realização única de Capex.
“Estes fatores fazem com que as redes neutras transformem o negócio de banda larga em algo muito mais saudável e rentável para todo o mercado”, defendeu, lembrando que seu uso reduz os custos de entrada no mercado se comparados a um fornecedor que decida construir sua própria rede. De acordo com Kriger, no primeiro caso o custo é compartilhado; o Capex de construção da rede é zero e o Capex da operação é menor, o que torna o retorno de capital muito maior.
“Por tudo isso acreditamos que a rede neutra é o presente do setor. Elas já representam 13% dos acessos de banda larga no Brasil, são o potencial veículo para a regularização dos postes e têm sido fundamentais para a chegada de novos entrantes”, concluiu.
Foto: Ricardo Ribeiro – Estúdio Versailles/Telebrasil