CEOs da Vivo, TIM, Claro e Oi e VP da Huawei dizem que o 5G muda o modelo de negócios e abre oportunidades de negócios para o setor e, principalmente, traz instrumentos para o desenvolvimento do Brasil.
12/09/23 – A Reforma Tributária, a necessidade de ter retorno sobre investimentos, o debate sobre o fair share e a evolução da conectividade transformando as próprias operadoras são temas da pauta prioritária do setor de telecomunicações, segundo apontaram líderes da Vivo, Claro, TIM, Oi e Huawei, durante o painel 5G, conectividade e o potencial revolucionário para um desenvolvimento acelerado do Brasil, no primeiro dia do Painel Telebrasil Summit 2023, em Brasília. O encontro de telecom ocorre nesta terça e quarta-feira.
Christian Gebara, presidente da Telebrasil e CEO da Vivo, ressaltou que o setor de telecomunicações tem investido valores elevados ao longo dos anos e segue investindo para acompanhar a evolução das tecnologias e entregar capacidade e cobertura. Gebara defendeu que, se os investimentos fossem divididos entre outros entes, seria possível aumentar ainda mais os valores investidos.
Gebara apontou que, como as prestadoras de serviços de telecomunicações conhecem os clientes, podem personalizar as ofertas, criando ecossistemas digitais. “Temos ativos para ser mais que a empresa que oferece conexão”, disse. A Vivo está entrando em outras áreas, como educação, saúde e entretenimento. Acreditamos que os meios digitais podem promover a inclusão, e empresas de telecom estão na melhor posição para fazer isso.”
Nessa linha, a Claro enxerga grande potencial para 5G no ambiente corporativo, principalmente, na indústria 4.0. Para José Felix, CEO da operadora, a maior oportunidade com a quinta geração está no mercado corporativo e não nas ofertas para o consumidor final. “Vemos potencial muito grande e temos trabalhado em indústria 4.0 para ajudar as empresas a melhorarem seus processos industriais, indo para um próximo nível. Também estamos investindo na agricultura, e o grande desafio é fazer a cobertura necessária, porque o território é imenso”, destacou.
Felix defendeu que a remuneração de uso de redes pelas big techs é primordial para implementar mudanças estruturais. “Precisa-se, de fato, revisar tudo o que se tem em termos de regulamento e legislação, porque as amarras do setor, hoje, causam desequilíbrio enorme em cima de coisas que foram construídas nos países”, afirmou.
Rodrigo Abreu, CEO da Oi, enfatizou que, cada vez mais, o setor não é só de telecomunicações, mas também de serviços digitais. “O setor de telecom tem passado por um conjunto de transformações em todo mundo, que começam pela infraestrutura, o início de tudo e o grande foco de investimentos. A infraestrutura é necessária e crítica, porque não vai existir nenhum serviço digital sem infraestrutura.”
A Oi tem um modelo focado em serviços digitais em cima da fibra ótica. “Vivemos uma revolução da própria comunicação, com a fibra ótica, para levar os serviços aos usuários. Hoje, o Brasil é um dos países com maior disponibilidade de fibra ótica para usuários; mais de 60% das conexões de banda larga são com fibra ótica, e ela não está disponível apenas nas grandes cidades”, apontou, ressaltando que a companhia se transformou em empresa com foco no atendimento ao cliente e provedora B2B de soluções e conectividade.
Reforma Tributária
A necessidade de equilíbrio tributário também foi abordada no Painel. “Tem de resolver o tema dos impostos; ter a cadeia mais equilibrada, mas, apesar disso, a mensagem é positiva, porque nós, como setor, entramos como serviços essenciais no ano passado quando tivemos redução, que foi positiva, do ICMS. Algumas das conversas que temos há anos no setor estão se consolidando”, acrescentou Alberto Griselli, da TIM Brasil.
Griselli destacou a necessidade de telecom ser serviço essencial na Reforma Tributária. “Cada indústria usa os nossos serviços, e o desenvolvimento digital do País depende disso; temos de ter um regime que considere isso”, disse. Acerca do tema fair share, o executivo assinalou que a discussão ocorre no mundo todo. “No Brasil, temos a política de zero rating, que, quando foi introduzida, era texto e hoje é muito mais pesado.”
5G
Atílio Rulli, vice-presidente de Assuntos Institucionais da Huawei para a América Latina, avaliou a implementação do 5G de forma positiva, já tendo 16 mil das 92 mil estações radiobase na nova tecnologia.
Em sua participação, Rulli também abordou a falta de profissionais da área. “Existe uma grande demanda por profissionais capacitados a atuar no setor. Trabalhamos para capacitar. No último ano treinamos 16 mil profissionais, temos vários programas e parcerias com mais de 200 universidades e institutos”, afirmou. “O Brasil ainda tem índice de desemprego alto, mas no nosso setor a demanda é maior que a oferta.”
As discussões do primeiro painel do Painel Telebrasil Summit foram mediadas pela diretora da LCA Consultores Cláudia Viegas.
Foto: Vitor Brandão – Estúdio Versailles/Telebrasil