Paulo Guedes: o futuro terá mais comunicação, mais telecomunicações, será mais digital

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a necessidade de destravar investimentos.

Sobre a reforma tributária, admitiu que o IVA tem um peso forte em Telecom, mas garantiu que os impostos serão simplificados e que vai negociar uma base melhor para o setor. O setor das telecomunicações é o futuro, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar nesta terça-feira, 15/09, do Painel Telebrasil 2020, para falar sobre o tema As reformas e o futuro da economia no pós-pandemia. “A covid-19 nos levou ao futuro da digitalização, da tecnologia e da inovação”, discorreu Guedes.

O ministro da economia se mostrou otimista com a recuperação econômica do país e garantiu que o governo Bolsonaro não vai mandar nenhuma proposta de aumento de imposto, mesmo admitindo que o IVA (imposto sobre valor agregado) proposto pela equipe da economia é ‘pesado’ para setores como telecomunicações, energia e combustíveis. Guedes prometeu negociar para reduzir o impacto da mudança em telecomunicações.

“Sabemos que há uma sensibilidade muito forte com o IVA no setor. Estamos negociando para termos duas alíquotas, negociando um acoplamento com os governos estaduais. A verdade é que o Brasil tem mais de 100 regimes tributários. Isso é um manicômio tributário”, adiantou Guedes. O ministro da economia explicou ainda que o imposto mais perverso é o cobrado na folha de pagamento, especialmente, em um país com mais de 40 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Guedes insistiu que o Brasil precisa tomar medidas para destravar os investimentos.

“Quem cria emprego no Brasil é penalizado. Para contratar um, você paga dois. O salário é baixo para quem recebe, mas o custo da contratação é dobro para a empresa. A desoneração da folha tem de ser para todos e não para 17 setores beneficiados até agora”, reafirmou Guedes. Sobre o imposto sobre transação digital, o ministro da economia disse que não será possível desonerar a folha de pagamento de todos se não houver uma receita para compensar e ajustar os gastos do governo.

Guedes ressaltou que o Brasil já é o quarto maior mercado digital e com o 5G, certamente avançará rumo ao G5 global, a partir das ações já tomadas pelo governo como o Decreto das Lei das Antenas e a negociação pela desoneração de novas tecnologias, como a não cobrança do Fistel para os dispositivos de Internet das Coisas. “Estamos unidos para fazer telecomunicações avançar. Repito: telecomunicações é o futuro”, destacou.

Sobre os rumos do Brasil, Paulo Guedes disse que é realista e não otimista. Segundo ele, o Brasil reagiu bem economicamente às medidas tomadas de combate aos impactos da pandemia e há uma reação em curso. “Os primeiros dados mostravam um colapso de quase 10% do PIB por conta da pandemia. Hoje as estimativas estão entre 4% e 5%. O auxílio emergencial para 64 milhões de brasileiros e os R$ 100 bilhões em medidas de crédito fizeram a economia reagir”, afirmou.

Ao encerrar sua participação, Paulo Guedes assegurou que os impostos serão simplificados e garantiu que o governo Bolsonaro não vai aumentar a carga tributária. “Se um imposto surgir, pode ter certeza é que morreram outros sete. Os impostos serão simplificados. Nosso interesse é reduzir alíquotas para todos. Os impostos de pessoas jurídicas vão cair. O que queremos é estimular a geração de empregos”, concluiu.

Os debates sobre diversos temas terão sequência ao longo desta terça-feira 15, e nos dias 22 e 29 de setembro. As inscrições são gratuitas, e a programação completa do Painel pode ser acessada no site http://paineltelebrasil.org.br/.