O governo federal tem a atualização do marco regulatório de telecomunicações como prioridade na agenda de 2018, assegura o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Prestadoras de telecomunicações avançam no uso de novas tecnologias para fomentar a transformação digital. Assistam a íntegra do painel A Transformação Digital do Brasil a partir das TICs.
O governo federal, por meio do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), defendeu a renovação do marco regulatório de telecomunicações, apontada como uma das prioridades da agenda governamental para 2018. “Precisamos melhorar o ambiente de negócios. E a mudança do marco regulatório de telecom é um fator importante. Apoiamos fortemente a sua aprovação”, destacou Julio Alexandre Menezes da Silva, secretário de Planejamento de Assuntos Econômicos do MPDG, ao participar do debate no painel A Transformação Digital do Brasil a partir das TICs, realizado no Painel Telebrasil 2018.
Ao mesmo tempo, o secretário deixou claro que, em função da crise econômica e financeira dos últimos anos, sobretudo, no período de 2015 a 2016, o governo federal não está sensibilizado para reduzir tributos, em qualquer setor. “Não temos condições de discutir isso agora”, enfatizou Menezes da Silva. Do ponto de vista das empresas de telecomunicações, o esforço tem sido contínuo para aumentar investimentos em tecnologias como inteligência artificial (IA), machine learning, big data e computação cognitiva.
O diretor de Arquitetura e Transformação Digital da Oi, Gustavo Valfre, afirmou que a empresa tem investido em inteligência artificial para melhorar a relação com o cliente. “Estamos usando IA para entender melhor o cliente e identificar os problemas. As ofertas de e-commerce foram reformuladas de acordo com as necessidades dos clientes em cada região. Queremos atendê-los com a tecnologia que faça mais sentido para eles”, detalhou.
Criar uma jornada do cliente de uma forma digital e mais integrada está entre as principais metas da TIM Brasil. João Stricker, diretor de Inovação, Serviços de Valor Adicionado (VAS) e Dispositivos da empresa, afirmou que a transformação digital acontece a partir da experiência do cliente. “A crise atrapalhou um pouco essa evolução, lógico, mas a transformação digital não é simples. É preciso ser feita para continuarmos gerando valor. Como operadora, vejo a necessidade de fazer isso agora. Por isso investimos muito na área de inovação para antecipar tendências e ameaças”, explicou.
O diretor de Transformação Digital da Algar Telecom, Eduardo Rabboni, ressaltou que, há dez anos, a Algar iniciou inconscientemente um movimento na direção de perceber as necessidades do cliente e suprir suas demandas. “Começamos a atuar com essa preocupação, percebemos que isso é nosso diferencial, nosso DNA. Os investimentos nesse sentido são contínuos, tanto para o segmento de varejo, como para os clientes do B2B”, ressaltou Rabboni.
Inovação do amanhã
A inovação tem papel primordial quando se fala em conectividade, inclusão digital e inclusão social, na análise de Márcio Girão, vice-presidente da Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) e representante da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo). Ele destacou a importância de pensar além da infraestrutura e desenvolver uma plataforma de conteúdo.
“Temos que raciocinar sobre o País com a tecnologia de amanhã, do 5G e do chip quântico, que virá nos próximos dez anos. E quando estiver todo mundo, 100%, conectado, o que eu ofereço? Lanço um desafio para as operadoras de construir um programa de plataforma de conteúdo digital. Estamos fazendo muito pouco a respeito”, afirmou.
Manter investimentos não basta, é preciso que as empresas percebam os movimentos da concorrência. Bruno Leite, diretor de Operações e Vendas da Nokia, lembrou momentos dramáticos da companhia ao negar sinais de ameaça na época do lançamento do iPhone. “A Nokia aprendeu e se diversificou. Estamos atuando em outras verticais, como saúde, com tecnologias para desenvolver estudos e projetos no combate ao câncer, na academia e na indústria farmacêutica. No Brasil, temos uma atuação em pesquisa com operadoras, como a Oi, e instituições de pesquisa como Inatel e PUC”, detalhou.
Juelinton Silveira, diretor de Comunicação e Relações Públicas da Huawei, destacou a necessidade de baixar os custos para aumentar a base de usuários com acesso a celulares de última geração e tecnologias como realidade aumentada. “A tributação é excessiva e os custos de infraestrutura e logística, altos. No Brasil, também falta padronização de tecnologias em projetos como cidades inteligentes”, comentou. Assistam a íntegra do painel A Transformação Digital do Brasil a partir das TICs.