Produtividade será impulsionada pelo uso do 5G

Executivos debateram no Painel Telebrasil 2021 os impactos e casos de uso da nova tecnologia nos setores produtivos

O Painel Telebrasil abordou hoje um tema de grande importância para economia do Brasil: o papel da conectividade como agente transformador da produção. O debate foi mediado pela Lorrayne Porciúncula, Diretora Executiva da Datasphere Initiative, que iniciou a conversa abordando os fortes impactos que a digitalização exerce em setores como mineração, óleo e gás e agricultura. “Com o 5G poderemos ver aplicações diversas no campo da internet das coisas ganharem mais espaço”, afirmou.

Em seguida, Vicente Aquino, Conselheiro da Anatel, comentou sobre os impactos esperados com a chegada da nova tecnologia. “Os números do Ministério das Comunicações apontam que podemos esperar até um trilhão de dólares em investimentos diretos no País nos próximos 15 anos”, previu. Segundo ele, as redes foram programadas não somente para conectar pessoas, mas principalmente conectar máquinas, trazendo soluções de eficiência para cada vertical produtiva.

No mesmo sentido se posicionou Igor Calvet, presidente da ABDI, ao expressar sua convicção do papel transformador do 5G na economia. “Estamos falando do principal habilitador das políticas industriais. Será fundamental para os setores produtivos e também para a agricultura e comércio”, disse. Ele comentou sobre o acordo firmado com a Anatel por meio do qual a nova tecnologia foi testada dentro de um ambiente fabril e a conclusão foi de que o 5G entrega aquilo que de fato foi prometido. “Usamos robôs inteligentes e câmeras com realidade aumentada e tudo funcionou muito melhor do que qualquer wi-fi industrial”, atestou.

Para o CEO da Claro, Paulo César Teixeira, a nova jornada que se inicia com a aprovação do edital permitirá um nível de automação disruptivo e que ainda estamos em uma fase de aprendizado e de apoio a empresas, universidades e indústrias. Haverá mudanças nas áreas de saúde, educação, agronegócio, entretenimento, mídia e também na área social. “Quem não está pensando em transformação digital hoje, naturalmente não terá um futuro muito positivo. Todas as empresas precisarão se reinventar por meio da tecnologia, que é a habilitadora desse processo”, afirmou. Segundo Teixeira, o 5G colocará aqueles que primeiro aderirem à nova tecnologia em um patamar diferenciado em relação aos seus pares.

Gulherme Spina, CEO da WEG/V2COM, concorda com a expectativa de que o impacto da quinta geração seja realmente relevante em termos de produtividade. Para ele, alguns dos grandes benefícios serão a simplicidade e o ganho de escala. “O fatiamento da arquitetura do provimento de infraestrutura, que era monolítica, promoverá ganho de custo ao usuário final”, explicou. Spina comentou também sobre as redes privativas, que farão com que as operadoras passem a atender nichos de mercado.

Em seguida, Renato Povia, Diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, falou sobre o setor elétrico e as redes inteligentes, nas quais poderão trafegar não somente energia, mas também dados. Dessa forma será possível monitorar os dispositivos e levar ao cliente informações em tempo real, além de garantir maior segurança das próprias redes. “Consumidores que possuem painéis solares são geradores de energia. A conectividade é parte fundamental para ter acesso a esses dados e garantir o equilíbrio necessário”, exemplificou. Povia também citou a possibilidade de passar ao consumidor em tempo real o seu consumo de energia, algo essencial em tempos de crise hídrica.

Para Luis Tonisi, CEO da Qualcomm América Latina, o 5G trará uma super conectividade para todas as camadas, sobretudo para o B2B2C e existe o desafio de entender os casos de uso e os vencedores da corrida.  “O 5G cria um ecossistema para que todos possam trabalhar juntos. Entes privados, públicos, indústria, consumidores e mercado de enterprise”, comentou.  Tonisi entende que a cobertura que será implementada após o leilão será a maior que o País já viu e esse será um dos maiores legados.

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