Telecomunicações se posicionam como um viabilizador do livre mercado de energia elétrica
Brasília, 21/11/22 – O último debate do Painel Telebrasil Talks – Saúde e Energia, falou sobre o impacto das transformações digitais na evolução do setor de energia. Com grandes nomes da indústria, o painel contou com a presença do Cláudio Ribeiro, CEO da 2W Energia, Leonardo Euler, diretor de assuntos institucionais da Vestas, Paulo Venâncio, diretor de valor adicionado da Embratel e Renata Rosada, diretora de programa da Secretária Executiva do Ministério de Minas e Energia.
Renata Rosada, do Ministério de Minas e Energia, abriu o Talk explicando sobre o delicado momento de transição energética que o mundo enfrenta neste momento e sobre como o setor de telecomunicações é capaz de contribuir ativamente nesse processo. Rosada apontou que a criação de redes inteligentes tornará possível a ampliação da gama de serviços ofertados para os clientes.
Ela falou ainda da necessidade de serem constituídas políticas públicas para que o consumidor seja beneficiado, visto que terá mais opções de acesso à energia à sua disposição. “Acredito que em um futuro não muito distante o setor vai passar a ter um papel muito maior do que apenas a prestação de serviço. A lógica de venda de energia será alterada, já que o consumidor terá possibilidade de escolha”, afirmou.
Já Leonardo Euler, da Vestas, apontou o imenso potencial que o Brasil tem de produzir energia limpa. Destacou especialmente a energia eólica gerada na região Nordeste e falou do que é preciso para avançar. “O potencial brasileiro também é fruto de investimentos de políticas públicas que foram acertadas. Para o futuro, essas medidas precisam ser cada vez mais aprimoradas”. O executivo também debateu sobre a importância de diversificar as fontes de captação para diminuir a exposição ao risco de intempéries climáticas.
Paulo Venâncio, da Embratel, falou sobre como o setor de telecomunicações é capaz de viabilizar diversas transformações e citou como exemplo o segmento bancário, bastante impactado pela conectividade. “Antigamente, era comum que o cliente carregasse cheque e precisasse ir às agências bancárias com frequência”, disse.
Venâncio também alertou sobre a necessidade de que empresas de diversos segmentos invistam no 5G. “Existe todo um ecossistema que precisa funcionar e cooperar. Não basta que o 5G seja ligado para que tudo se transforme, principalmente nas questões de eficiência energética”, afirmou.
Cláudio Ribeiro comentou que a livre compra de energia já é uma realidade em países da Europa e sobre os benefícios que o consumidor tem ao dispor de um mercado com mais ofertas. Segundo ele, ocorre o empoderamento da população, permitindo que a escolha de consumo de energia seja feita de maneira consciente. “Se o Brasil fosse livre do ponto de vista do consumidor do setor elétrico, os benefícios chegariam ao cliente final. Por enquanto, os ganhos estão ficando do lado dos fabricantes de equipamento e com os geradores de energia”, concluiu.