O vice-presidente Geral para Redes, Conteúdos e Tecnologias de Comunicação da Comissão Europeia, Khalil Rouhana, considera que o desafio imposto aos países é fazer o consumidor se sentir seguro com a nova tecnologia.
Parceria entre União Europeia e a Telebrasil já destinou cerca de R$ 300 milhões para ações voltadas à transformação digital.
Com alguns de seus países membros com redes 5G operacionais, a Comissão Europeia está se concentrando em uma parte importante da chegada da nova plataforma: a cibersegurança. Essa atenção, inclusive, se estende a países parceiros, como o Brasil. “É muito relevante para nós como serão desenvolvidos os mecanismos de segurança da infraestrutura brasileira para que não coloquemos em risco a nossa própria segurança e privacidade dos nossos cidadãos”, comentou Khalil Rouhana, vice-diretor Geral para Redes, Conteúdos e Tecnologias de Comunicação da Comissão Europeia, ao participar do Painel Telebrasil 2020.
Segundo o executivo, essa questão é estratégica para a União Europeia. E parte disso, na sua avaliação, deve-se ao fato de o 5G ser um elemento chave que capacita o desenvolvimento de outras tecnologias digitais e sensíveis, como robótica e todo tipo de análise em grande escala de dados. “São mudanças gigantes e com novas soluções e modelos de negócios”, disse.
Ele observou que o consumidor precisa sentir que o 5G é seguro. Mesmo na questão de privacidade de dados, há o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados), criado em 2018 e já em vigor nos países membros da UE. “Esses receios têm vindo à tona. Precisamos de um framework, trabalhando em colaboração com os Estados Unidos, com o Brasil, com nossos parceiros para garantir a cibersegurança”, observou.
Esse esforço, sustentou Rouhana, precisa ser cooperativo, com a definição de regras e certificações.
O vice-diretor Geral para Redes, Conteúdos e Tecnologias de Comunicação da Comissão Europeia lembrou que, desde 2017, a União Europeia trabalha em parceria com a Telebrasil, empresas e universidades brasileiras. “Nossa intenção é persistir com essa cooperação, mesmo em mecanismos de parceria público-privada, em soluções como atingir áreas menos populosas, IoT e outros pontos”, salientou.
Por meio dessa parceria com o Brasil, foram investidos conjuntamente cerca de R$ 300 milhões, com várias colaborações destinadas à transformação digital. Nas próximas semanas, o executivo espera poder anunciar uma operação que vai conectar a Europa e a América Latina, passando pelo Brasil. Para isso, ele revelou que foram feitos investimentos privados da ordem de R$ 1 bilhão.
Sobre o impacto da pandemia de Covid-19, Rouhana admitiu que os países que contam com redes de computação e de dados em alta performance tiveram agilidade para combater a doença. “Na Europa, fizemos um trabalho de alta computação e dados para rastrear o vírus e entender melhor o desenvolvimento da pandemia”, observou.
Em relação à recuperação econômica no pós-pandemia, o executivo da Comissão Europeia lembrou que foram anunciados investimentos conjuntos dos países europeus da ordem de R$ 5 trilhões a serem injetados na economia. No foco desses investimentos estão, por exemplo, a sustentabilidade e a transformação digital. “Estamos voltados pra o 5G, mas já preparando a próxima revolução, que é o 6G”, completou.
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