Telecomunicações precisam estar na agenda prioritária de Governo

De acordo com o presidente da Telebrasil, Luiz Alexandre Garcia, a indústria está ávida para fazer investimentos, mas é preciso que se definam políticas públicas que deem prioridade ao Brasil Digital.

Telecomunicações precisam estar na agenda prioritária de Governo

O setor de telecomunicações não está na agenda prioritária da Presidência da República, lamentou o presidente da Telebrasil, Luiz Alexandre Garcia, durante o Painel Telebrasil 2018, realizado de 22 a 24 de maio, em Brasília. Segundo ele, a indústria está ávida para fazer investimentos, mas precisa de políticas públicas que priorizem o Brasil Digital. “A digitalização é o caminho do século 21”, sustentou.

Em entrevista à Newsletter da Telebrasil, Luiz Alexandre Garcia enfatizou que há medidas a serem tomadas, agora, em prol da digitalização: a aprovação do PLC 79, que revisa o marco regulatório e desonera investimentos, a isenção do Fistel [Fundo de Fiscalização das Telecomunicações] para Internet das Coisas, e por fim, a permissão para a experimentação de serviços digitais, uma vez que não se conhece quais serão os novos hábitos dos consumidores.

Às prestadoras de telecomunicações, Garcia disse que a missão do setor é prover conectividade para toda a sociedade brasileira. “Não precisamos de capital, nem de tecnologia. Mas de políticas públicas.”

Medidas urgentes

No Painel Telebrasil 2018, a Associação Brasileira de Telecomunicações divulgou as Propostas do Painel Telebrasil 2018, com uma série de medidas para tornar o Brasil Digital.

No documento, entregue às autoridades presentes e que será encaminhado aos presidenciáveis, a Telebrasil enfatiza que “Telecomunicações são a infraestrutura digital do País, mas estão fora da agenda pública, limitadas por leis defasadas, regulamentos atrasados e complexos e obrigações desatualizadas.”

A entidade propõe uma atuação em quatro frentes de trabalho: 1) Todos os brasileiros conectados à internet; 2) Maior cobertura de celular e internet móvel e fixa; 3) Uso intensivo de IoT; e 4) Implantação de serviços de Cidades Inteligentes.

O documento sugere uma série de ações baseadas em atualização legal e regulatória, promoção da inclusão digital e redução das barreiras aos investimentos do setor privado.

Caso todas as medidas sejam contempladas, o setor se compromete a, até 2022, entregar:

Atendimento a 10 milhões de novos domicílios com internet em banda larga
Instalação de 50 mil novas antenas de celular e internet móvel no País
Ativação de mais de 100 milhões de dispositivos IoT
Implantação de serviços de Cidades Inteligentes em cidades com mais de 500 mil habitantes
Criação de 100 mil novos empregos
Qualificação de mais de 1 milhão de profissionais especializados