O atraso do 5G no Brasil em comparação com outros países pode se tornar uma oportunidade se o País abraçar o Open RAN como agente de transformação, observa o presidente da TIM, Pietro Labriola.
O atraso do 5G no Brasil em comparação com outros países pode se tornar uma oportunidade se o País abraçar o Open RAN como agente de transformação, afirmou o presidente da TIM, Pietro Labriola, ao participar do Painel Telebrasil 2020, nesta terça-feira, 29/09.
O executivo adiantou que, a estratégia da TIM é ter sempre o cliente no centro de das atenções, com mais qualidade de infraestrutura, atendimento, cobrança e outros serviços. Labriola sinalizou que o Brasil poderá ser o primeiro país a usar o padrão Open RAN no 5G. “Hoje, o desenvolvimento da rede está amarrado a hardwares e softwares dos mesmos poucos fornecedores existentes. Com a nova tecnologia Open RAN, podemos quebrar este vínculo e escolher fornecedores diferentes. Inclusive já estão aparecendo novas empresas que podem ser parceiras”, observou, destacando a possibilidade de desenvolvimento para o Brasil em softwares, reduzindo a dependência.
Ainda sobre o 5G, ele lembrou que outro pilar importante é a decisão que envolve a mitigação da interferência nas antenas parabólicas, usando a banda C-estendida para isso, ou a migração para a banda KU. “Temos muitos especialistas nossos e na Anatel estudando isso, mas eu sou mais pragmático. Acho que não podemos leiloar uma frequência que fique ociosa, precisamos utilizá-la o mais rápido possível, não podemos esperar uma migração”, ressaltou.
Para ele, os debates que envolvem telecomunicações precisam priorizar o cliente, em todos os níveis de atendimento. Na sua avaliação, o cliente evolui e as operadoras precisam acompanhar essa movimentação.
Ele enfatizou que há necessidade de cooperação intrassetorial e fora do setor, para que todos possam evoluir seus planos de negócios. No caso da colaboração intrassetorial, Labriola destacou o compartilhamento de infraestrutura, principalmente para levar conectividade a áreas que hoje não são consideradas rentáveis.
Na colaboração externa, o executivo ressaltou a cooperação com novas empresas digitais. Ele lembrou que a conectividade será habilitadora da transformação digital em vários setores, como indústria 4.0, saúde e outros. “As empresas digitais precisam ter contato com os clientes, ter condições de cobrar pelo serviço. Ela pode não ter essas habilidades, mas nós temos”, disse.
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