O banco pelo celular já representa pouco mais de um terço – 35% – das transações bancárias, ficando à frente da internet, dos ATMs e dos PoS. Instituições financeiras definem os smartphones como ferramenta de fidelização dos correntistas.
Os smartphones estão no centro dos negócios dos bancos, e a mobilidade desponta entre os elementos mais usados pelas empresas para a transformação da força de trabalho no Brasil. Durante o Congresso de tecnologia da informação para o setor financeiro, o CIAB 2018, realizado de 12 a 14 de junho, em São Paulo, as principais instituições financeiras do País informaram que os smartphones são o canal preferido dos consumidores para novos serviços por serem fáceis de usar, ágeis e estarem em qualquer lugar.
A força do smartphone se fez presente no incremento do banco móvel (mobile banking) que, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), saltou de 18,6 bilhões de transações em 2016 para 25,6 bilhões, enquanto as feitas pela internet foram 15,5 bilhões em 2016 e 15,8 bilhões em 2017. O banco pelo celular já representa pouco mais de um terço (35%) das transações bancárias, à frente da internet (22%), ATMs (14%) e PoS (13%).
O diretor setorial de TI da Febraban, Gustavo Fosse, sustentou que as soluções desenvolvidas para os smartphones são o caminho para os bancos conquistarem não apenas novos clientes, mas fãs que podem ser fidelizados. “Temos que nos antecipar e oferecer o que o cliente quer. E o smartphone é o que ele quer”, afirmou.
Um bom exemplo da relevância dos aplicativos móveis foi dado por Jeferson Honorato, superintendente Executivo do Next, o banco digital do Bradesco. Lançado em outubro do ano passado, o app já teve 37 novas versões disponibilizadas. “Esse é um movimento contínuo, e os clientes estão exigindo, de forma rápida, as transformações.”
A base de correntistas do Itaú que utilizam canais digitais para a realização de operações bancárias cresceu 20% em dois anos, superando a marca de 11 milhões de pessoas, segundo informou o presidente do banco, Cândido Bracher. Nesse mesmo período, o uso pelos correntistas do chat para atendimento aumentou 154% e a quantidade de ocorrências nas centrais telefônicas do banco caiu 73%. “A revolução digital não é sobre tecnologia, mas sobre as pessoas, ou como a tecnologia muda o comportamento das pessoas. E essa transformação não é um destino, mas uma jornada permanente”, sinalizou o executivo.
Para corroborar, um estudo da consultoria IDC, em parceria com a Salesforce, mostra que a mobilidade, por meio do smartphone, é o meio mais usado pelas corporações para a transformação da força de trabalho no Brasil. O levantamento aponta o smartphone como o dispositivo preferencial das companhias, ainda que mais de 61% usem tablets.
As empresas entrevistadas afirmam custear o plano de dados dos funcionários para celulares (88%) e para aparelhos maiores, como tablets e notebooks (86%). O estudo ouviu executivos de 100 empresas com mais de 500 funcionários no Brasil para medir o avanço da transformação digital nas áreas de vendas, marketing e atendimento a clientes.