Vale planeja implantar laboratório de 5G

No projeto voltado à indústria 4.0, a mineradora admite a dependência da conectividade para efetivar suas operações, conta a gerente-executiva de Tecnologia, Marcia Costa.

Em seu projeto de indústria 4.0, a Vale aumentou significativamente a expectativa em relação à conectividade. “Temos uma série de aplicações que levam informações para centros de controle, o que nos tornou mais dependentes da conexão”, comentou Marcia Costa, gerente-executiva de Tecnologia da empresa, ao participar da Sessão especial 2: Conectando mercados verticais: oportunidades com IOT e 5G, no Painel Telebrasil 2020.

A dependência da conectividade, aliás, foi um dos motivos que levou a Vale a uma parceria com a Vivo, para a instalação de uma rede privada de LTE, ao lado da Nokia, que já atuava com ela. E é um dos fatores que são ponderados no planejamento de abrir um laboratório 5G.

Os desafios da Vale não são pequenos. A empresa trabalha, por exemplo, com caminhões e outros dispositivos autônomos que têm uma série de sensores e exigem um tempo de resposta tecnológica bem preciso. “Um dos nossos pilares é a exposição ao risco, o que nos incentivou a ter caminhões autônomos em áreas críticas”, explicou a executiva. As vantagens com o uso dessa tecnologia se refletiram em mais precisão no uso e economia de pneus, por exemplo.

Mas não são os caminhões os únicos motivos que levam a operadora a se tornar mais dependente da conectividade. A empresa trabalha com sensores para monitoramento de radares, com videomonitoramento, com rastreamento de equipamentos e de pessoas, inspeções sem a presença humana e outras aplicações. E isso considerando que seu ramo de atividade, a mineração, sempre teve problemas de cobertura devido às áreas remotas em que atua.

A empresa dispõe de sua própria equipe de telecom e chegou a requerer na Anatel ter a sua própria frequência. Recentemente, fechou um acordo com a Vivo para a implantação da rede móvel privativa em uma mina no Vale dos Carajás (PA), mas que deve se estender para as 15 operações da Vale no Brasil. “Temos de ir para o LTE, substituindo o Wimax que operávamos”, disse a executiva. A Nokia é a fornecedora de equipamentos.

Marcia fez questão de ressaltar que há um importante aspecto social nesse contrato, com a cobertura do entorno das minas que são, na maioria, lugares afastados e sem qualquer tipo de conexão. “Por conta da parceria, a Vivo agilizou a cobertura de um hospital em Carajás, o que também mostrou que dá para acelerar quando se unem forças”, observou.

Os debates sobre diversos temas terão sequência ao longo desta terça-feira 15, e nos dias 22 e 29 de setembro. As inscrições são gratuitas, e a programação completa do Painel pode ser acessada no site http://paineltelebrasil.org.br/ .