Entidades do setor de satélites enfatizam que implementação da tecnologia 5G
vai passar pela integração com a tecnologia satelital
No webinar “O mercado de satélites”, promovido durante o segundo dia do Painel Telebrasil 2021, representantes de entidades do setor e executivos de telecomunicações apontaram que o maior desafio do 5G no país é a universalização do acesso à internet, de forma a levar os benefícios da conectividade para toda a população, independentemente de sua localização.
Para Fábio Alencar, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat), o setor de satélites é fundamental para concretizar o acesso à internet em regiões distantes dos grandes centros, por meio da integração com a rede terrestre. “O principal desafio do 5G não é tecnologia ou velocidade, mas a necessidade de universalizar acesso, o que vai exigir um investimento colossal.”
Da mesma forma, Luis Otávio Prates, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat), afirmou que ainda há muitas áreas de sombra no país e que o apoio satelital é imprescindível para endereçar o problema. “O que está por vir não é somente uma nova geração de 4G, mas uma nova era de conectividade”, afirmou o executivo.
Artur Coimbra, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, comentou o avanço do setor de satélites nos últimos anos, bem como as mudanças regulatórias que permitiram um maior acesso de investimentos pela iniciativa privada. Coimbra citou o programa Wi-Fi Brasil, de inclusão digital baseada em satélite, que viabilizou a instalação de cerca de 15 mil pontos de internet no país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os pontos atendem escolas, unidades de saúde, comunidades indígenas e outras áreas de vulnerabilidade social.
Antonio Franchi, executivo sênior de telecomunicações especializado em sistemas de satélite e 5G da Agência Espacial Europeia, apresentou o programa “Space for 5G and 6G”, desenvolvido especialmente para suportar a demanda de conectividade exigida pela digitalização da indústria e da sociedade. “A solução para que a conectividade seja ininterrupta, onipresente e resiliente é a utilização de satélites”, afirmou Franchi. O executivo mencionou estudos indicando que o benefício econômico global produzido pela tecnologia 5G será de aproximadamente US$ 13,2 trilhões em 2035.
Antonio Alberti, professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) finalizou o debate comentando os projetos que vêm sendo desenvolvidos no meio acadêmico com a finalidade de efetivar a integração dos satélites às redes 5G. “A arquitetura híbrida terrestre-satélite já está sendo desenvolvida e é essencial para a infraestrutura da rede 5G”, concluiu.