Para o Brasil ser um orquestrador, e não um orquestrado na transformação digital, é imperativo fortalecer o ambiente de TICs, sinaliza Márcia Ogawa, sócia-líder da área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.
O Brasil ainda está defasado com relação aos países mais desenvolvidos no que se refere à relevância do setor de TICs. Para corrigir essa rota, o País, que ocupa atualmente a 30ª posição no Global Connectivity Index (CGI), não pode mais adiar o fortalecimento desse mercado. O alerta foi feito por Márcia Ogawa, sócia-líder da área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte, keynote do painel Uma agenda estratégica para o Brasil Digital, no Painel Telebrasil 2018.
Na sua apresentação, a sócia-líder da Deloitte antecipou alguns dos resultados do estudo “Insights sobre transformação digital e oportunidades no setor de TICs do Brasil – algumas recomendações”, contratado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com lançamento previsto para junho, sobre a importância dos ecossistemas digitais no Brasil. A pesquisa leva em conta cinco áreas prioritárias: 5G; infraestrutura de fibra ótica, cloud, sistemas de cidades segura e inteligentes (safe city) e educação.
Márcia Ogawa destacou também a importância de eventos como o Painel Telebrasil para promover debates em relação ao ecossistema digital e ao desenvolvimento do mercado de TICs.
“Que posição o Brasil deseja ter? Orquestrador desse ecossistema ou orquestrado? Para assumirmos a posição de orquestrador, é imperativo que haja um fortalecimento das TICs. É preciso fomentar uma densidade tecnológica maior”, provocou a executiva. Ela ressaltou a importância de o Brasil fazer lições de casa no que se refere aos avanços da padronização no 5G, cobertura de longa distância e compartilhamento de fibra ótica. “É fundamental haver uma mudança de cultura, o que é intangível”, sinalizou.
Segundo a keynote, não existe um setor de TICs desenvolvido apenas por meio de leis; é preciso estimular a educação para haver pessoas capacitadas a atuarem nele. “Temos que promover uma transformação de cultura e educação no País. É fundamental iniciar um movimento para que todos tenham o poder de influenciar essa mudança de cultura de valores para estimular crianças a gostarem de carreiras da engenharia, sobretudo, as meninas. Elas precisam ter orgulho disso”, completou.