Crescimento das redes de fibra têm tendência de alta, avaliam especialistas
Representantes do setor público e privado discutiram o tema em webinar do Painel Telebrasil
A evolução das redes de fibra no Brasil foi o tema central do webinar realizado na abertura da programação do segundo dia do Painel Telebrasil, na última terça-feira, 21 de setembro. No encontro online, foi possível acompanhar, além dos grandes números que apontam um crescimento da tecnologia, as impressões trazidas por especialistas, sob o ponto de vista de entes públicos e privados, a respeito das tendências de mercado e do alcance que a fibra poderá ter nos próximos anos.
Como explicou o presidente do Teleco, Eduardo Tude, ao abrir os trabalhos do webinar, as redes de fibra estão implantadas no Brasil há pelo menos 10 anos, mas foi a partir de 2015 que passaram a experimentar avanço expressivo e constante, explodindo em crescimento a partir de 2019, quando ultrapassaram as soluções por cabo. Segundo ele, 54% do total de acessos a banda larga no Brasil já são feitos por redes de fibra, que estão presentes em mais de 80% dos municípios brasileiros. “É claro que esse crescimento se deu em parte em função de migração de clientes, mas além disso a gente vê que a fibra está expandindo ainda mais seu foot print”, disse.
Na sequência, trazendo o ponto de vista das operadoras, Luis Lima, vice-presidente de Operações, Tecnologia e Evolução Digital da Algar Telecom, frisou que “a fibra veio para ficar”. Ele lembrou que a companhia já conta com 112 mil quilômetros de rede implantada e tem identificado, na rotina de prestação de serviços, uma mudança – para melhor – de percepção de qualidade por parte dos clientes, com redução, por exemplo, dos pedidos de cancelamento. Em relação ao debate pautado pela contraposição entre o 5G e a fibra óptica, o executivo afirmou que se deve considerar, na verdade, a natureza complementar das tecnologias e não a sua concorrência ou oposição, a fim de celebrar avanços.
Julio Sgarbi, Integrated Solutions Sales Senior Manager da Huawei, seguiu na mesma linha de raciocínio, frisando que o uso da banda larga é que norteará a evolução, que passa necessariamente pela fibra. “Ela avança para todos os lados”. Sgarbi salientou que a pandemia estabeleceu novos paradigmas de consumo, elevando a demanda por recursos, equipamentos e, claro, conectividade, o que tem obrigado os diversos atores do setor de telecom a repensar suas ofertas e orientá-las pela melhor experiência possível para o consumidor, seja no lazer ou com o teletrabalho e o ensino remoto.
Para Nathália Lobo, diretora do Departamento de Políticas para Telecomunicações e Acompanhamento Regulatório no Ministério das Comunicações, as soluções baseadas em fibra precisam alcançar até mesmo as regiões mais longínquas do país, meta que, como ela mesma reiterou, tem sido objeto de políticas públicas recentes. Neste sentido, foram salientados, por exemplo, os compromissos firmados por meio do Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU V), os atos regulatórios da Anatel e até o edital do 5G, que incluirá entre as obrigações de investimento dos vencedores melhorias de infraestrutura para telecomunicações, priorizando a fibra sempre que possível.
Ao longo do encontro, moderado pelo gerente de Regulação da Conexis, Ildeu Borges, outros temas tratados em relação às redes de fibra foram a experiência do usuário, questões de regulamentação, qualidade e diferenciais de serviço, integração do 5G com a fibra e competição entre provedores.
O Painel Telebrasil retoma a programação na próxima terça-feira, 28, último dia do evento, com mais cinco webinares na agenda, que tratarão, entre outros temas, de segurança nas redes e IoT. As inscrições são gratuitas e, para conferir a programação completa, basta acessar www.portaltelebrasil.org.br.
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