Benefícios do 5G só serão possíveis com mais antenas, defende presidente executivo da Conexis
Marcos Ferrari participou de audiência pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e defendeu aprovação de projeto de lei que facilita instalação de antenas.
Os benefícios esperados com a chegada 5G só serão possíveis com mudanças que facilitem a instalação de antenas nas cidades brasileiras, avaliou o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari. Durante audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Ferrari destacou que a nova tecnologia vai exigir muito mais antenas que o 4G e que avanços nas legislações municipais, para facilitar as instalações, são importantes.
Apesar do maior volume, destacou Ferrari, as antenas de 5G são menores e em muitos países são instaladas na fachada de prédios. Ele exemplificou que muitas são do tamanho de uma caixa de sapato.
Durante a sua participação, Marcos Ferrari defendeu a aprovação do PLC nº 19/2021, em tramitação na Câmara Municipal. “O PLC 19 traz a cara da modernidade, permitindo que mais antenas sejam instaladas dentro do que é previsto na legislação do município”, afirmou.
O projeto, de autoria do presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Caiado (DEM), e dos vereadores Pedro Duarte (Novo) e Rafael Aloísio de Freitas (Cidadania), facilita a instalação de infraestrutura de telecomunicações na capital fluminense. O projeto tem como base a minuta de projeto de lei municipal elaborada com o apoio da Conexis e da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), que dispõe sobre as regras para implantação e compartilhamento de infraestrutura de suporte e de telecomunicações.
O presidente executivo da Conexis destacou ainda a revolução esperada do 5G, que vai permitir uma série e aplicações, como carros conectados, telemedicina, realidade virtual, casa inteligente, indústria 4.0. “O 5G é uma mudança qualitativa que vai beneficiar toda a população com diversas aplicações como carro conectado, saúde monitorada, construção inteligente. Nós defendemos que a cidade do Rio de Janeiro não fique fora do mapa do 5G, por isso é importante aprovar esse PLC”.
O presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), Luciano José Stutz, também participou da audiência e enfatizou a urgência de leis que facilitem a instalação de antenas como medida para reduzir as desigualdades sociais. Segundo ele, as restrições punem, principalmente regiões periféricas.
Stutz lembrou da importância da instalação dessas infraestruturas para preparar o país para a chegada do 5G e que as medidas precisam ser tomadas com rapidez. “O 5G vai chegar nas capitais brasileiras em julho de 2022 com as novas frequências. Para esse mundo de telecomunicações, julho de 2022 é amanhã. A gente tem o grande desafio de discutir uma lei moderna e ajustar os procedimentos das cidades para fazer um licenciamento rápido”, afirmou.
Na audiência, o chefe da Assessoria Técnica da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Humberto Bruno Pontes Silva falou sobre mitos relacionados à radiação emitida pelas antenas de 5G. Segundo ele um estudo da agência regulatória de Portugal apontou que a radiação das antenas 5G são cinco vezes menores do que as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Recentemente o presidente da Anatel, Leonardo de Morais, divulgou carta a prefeitos e vereadores pedindo a atualização das legislações municipais para que facilitem a instalação de infraestruturas de telecomunicações, entre elas as antenas de celular e internet móvel.
Na carta, Morais afirma que atualmente a dificuldade para obtenção de licenciamento municipal urbano de infraestrutura de telecomunicações é um dos principais empecilhos para instalação de equipamentos e redes.