É preciso discutir a tecnologia doméstica no mês das mães

Em artigo publicado no site Teletime, a diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis, Daniela Martins, fala sobre como a tecnologia deve ser aliada de homens e mulheres no cuidado com a casa

Brasília, 30/05/23 – No mês em que comemoramos o Dia das Mães, mais uma vez, vemos empresas anunciarem produtos como eletrodomésticos e utensílios de cozinha como a opção ideal para presentear. Há mais de 100 anos as mulheres entraram no mercado de trabalho, mas o cuidado doméstico infelizmente ainda se mantém como um papel das mulheres na cultura de grande parte dos países. Tal fato se confirma pelos números: nós gastamos 10 horas semanais a mais que os homens no que é chamado como jornada do cuidado, segundo uma pesquisa da Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan).

Para tornar o cenário ainda mais desafiador, as mulheres chegam a ganhar 22% a menos do que os homens, de acordo com dados do IBGE, além de terem menor participação em cargos de liderança. Também enfrentam desafios para assumir e se manter em vagas em razão da maternidade. Este dado e essas questões mostram o quanto essa data deve ser um lembrete do quanto ainda é preciso avançar.

O setor de tecnologia tem avançado muito na direção de facilitar idealmente a vida de todos, homens e mulheres. Mas pode ser um meio para promover mais equidade de gênero. A começar pelos novos modelos de trabalho, que permitem aos profissionais passarem menos tempo no trânsito e mais tempo fazendo outras atividades de seu interesse ou necessidade. É mais tempo disponível também para estar perto de suas famílias ou das suas pessoas favoritas.

Além disso, o trabalho à distância se manteve e a tendência é que ele se perpetue mesmo após o fim das restrições sanitárias. Segundo pesquisa realizada pela WeWork na América Latina, mais de 80% dos trabalhadores querem permanecer no modelo híbrido e 99% apontaram como vantagem a economia de tempo. Não é por menos: as pessoas economizam uma média diária de 72 minutos de deslocamento quando realizam o teletrabalho, de acordo com dados do estudo Global Survey of Working Arrangements (G-SWA), realizado pela National Bureau of Economic Research (NBER).

Esse modelo tende a ser positivo para mulheres, em especial às mães. Estudo encomendado pela rede Women in Banking & Finance e patrocinado por grandes bancos mostra que o trabalho remoto pode, no longo prazo, ajudar a diminuir desigualdade entre os gêneros no mercado. Por conta da pandemia, a adoção deste tipo de emprego estimulou uma mudança de percepção de quais funções podem ser desempenhadas com flexibilidade, que é demandada especialmente por mulheres em razão de ainda concentrarem o papel de cuidados domésticos e familiares.

A vida dentro das residências também tem ganhado soluções para ser mais cômoda e prática, com o advento de dispositivos tornando as casas mais inteligentes. Lâmpadas, cortinas, câmeras, alarmes, aparelhos de ar-condicionado e de som, entre outros devices, podem ser hoje acionados via aplicativo ou comando de voz. Babás eletrônicas conectadas trazem mais conforto e segurança no cuidado com os bebês, mesmo à distância. Robôs que fazem limpeza se proliferam aos montes e em breve será possível contar por aqui com inteligência em geladeiras e outros eletrodomésticos. 

As possibilidades de criação de soluções inovadoras para facilitar as atividades domésticas são quase infinitas e devem crescer ainda mais com o avanço do 5G e da internet das coisas. Essas inovações vêm para facilitar a vida de homens e mulheres. Ter essa tecnologia à mão para todos, com o compartilhamento equânime de tarefas e oportunidades mais equilibradas para as mulheres serem e estarem onde quiserem é um avanço fundamental. E uma justa homenagem às mulheres e mães, não só dia 8 de março e no segundo domingo de maio.

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