Ericsson: 60% dos ganhos com 5G virão de serviços e aplicações
Para o presidente da fabricante para o Cone Sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann, empresas precisam ser proativas. “A criação de valor que vem do 5G é muito maior que a conectividade”, afirma.
A disseminação da conectividade em 5G é o novo caminho aberto a partir do leilão no Brasil. Mas como alertou o presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann, os maiores ganhos para o mercado de telecomunicações estão no desenvolvimento de novos serviços e aplicações nessa plataforma tecnológica.
“A captura de valor que o 5G vai trazer para a indústria é um dos grandes segredos e alavancas para a rentabilidade do setor, para o fomento da economia como um todo e para a produtividade das empresas. O cliente não está satisfeito só com mais velocidade, ele quer uma nova linha de serviços, espera mais inovação das operadoras e pacotes digitais, de conteúdo, educação, jogos, de experiências de realidade virtual ou aumentada em conjunto com o 5G”, afirmou o executivo ao participar nesta terça-feira, 21/09, do Painel Telebrasil 2021.
Dienstmann destacou, especialmente, que o potencial do 5G vai além da conectividade e que isso se traduz em ganhos diretos para o mercado. “A criação de valor que vem do 5G para as empresas é muito maior que a conectividade. A conectividade captura um pouco mais de 40% de todo o valor. Em uma estimativa até 2030, feita pela Ericsson, de R$ 67 bilhões em geração de valor, R$ 22 bilhões correspondem à conectividade, ou seja, operar uma infraestrutura de acesso 5G.”
A fatia maior, ressaltou o presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, está na inovação. O executivo afirmou que a habilitação de serviço e o provisionamento das aplicações capturam os outros 60%. Para ele, haverá o fomento das plataformas, das aplicações, dos sensores e de todas as mudanças de processos que incorrem dentro dessas verticais.
“Desde o modo como se produz 1 kg de carne ou uma saca de soja, até como se mensura o tempo de vida útil de uma máquina ou predição de manutenção de uma plataforma de petróleo. Esse é um fator de bastante reflexão para as empresas, para as operadoras e para o governo em termos de fomento de captura desse valor”, exemplificou Dienstmann. Nesse caminho, a própria postura das empresas frente às novas possibilidades trará diferenças reais, inclusive na captura de valor. “As operadoras não podem deixar que o 5G vire um ícone aceso nos smartphones e não monetizar com novos serviços. Ser proativo ou passivo pode representar uma diferença fundamental no longo prazo. Quem fomenta inovação pode capturar uma ARPU até 25% maior do que quem considera apenas um upgrade do 5G”, complementou o presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina.