Procuram-se interessados em atuar na transformação digital

Há vagas disponíveis nas empresas, mas faltam profissionais qualificados para ocupá-las, apontam estudos da Michael Page e da Fundação Getúlio Vargas. As oportunidades de trabalho vão muito além daquelas para especialistas em TICs e se expandem para finanças, educação, saúde, agricultura e governo, entre outras.

Das 17 profissões de média e alta gerência mais procuradas no primeiro semestre do ano, pelo menos a metade estava ligada às TICs, segundo revelou pesquisa feita pela empresa global de recrutamento Michael Page. De acordo com o levantamento, destacam-se as áreas de planejamento financeiro, comercial, inovação e transformação digital e atividades estratégicas de recursos humanos, em função do impacto da transformação digital.

“Profissionais da linha de frente desse movimento estão em alta. Os departamentos de Recursos Humanos estão novamente aquecidos, tanto pelas razões estratégicas de contratação de pessoas, quanto para acolher a expansão de outras áreas. Há uma procura enorme por especialistas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e parte do Nordeste, e os salários variam de R$ 6 mil a R$ 30 mil”, informa Ricardo Basaglia, diretor da Michael Page.

Há procura por profissionais qualificados em áreas como supervisão de TI, coordenação ou gerência de transformação digital, gerente de canais, analistas de big data e gerente de assuntos regulatórios. O destaque fica com a carreira de cientista de dados. Ela foi listada pelo Fórum Econômico Mundial como uma das mais relevantes para o mercado até 2020. Para o professor da EMAp/FGV Renato Souza, as possibilidades de atuação estão nos mais diversos setores, como finanças, educação, saúde, agricultura, geologia e indústria.

“Qualquer empresa que gere dados pode contratar um profissional para analisá-los e tomar decisões com base em informação, não na intuição. Vamos ver as aplicações disso no dia a dia de governos, sociedade, hospitais e indústrias. O Brasil está entre os grandes produtores e consumidores de informação e, de maneira geral, tem iniciativas nessa área pipocando no mundo todo”, afirma Renato Souza.

A Fundação Getúlio Vargas fez um levantamento das profissões em alta em TICs e que demandam especialistas que o País não possui. Saiba quais são:

  • Bioinformacionista – nesta carreira, o profissional trabalha na área de tecnologia e genética, prestando auxílio na prevenção de doenças genéticas e reprodução humana. Os salários variam de R$ 3 mil a R$ 8 mil.
  • Técnico em drones – uma área que ainda é pouco conhecida. Para começar a investir nesse ramo, não é necessário nenhum tipo de formação específica; bastam cursos, além de uma autorização da ANAC. Em média, a diária de um profissional custa R$ 1 mil.
  • Business partner (RH) – desenvolve a melhor estratégia de recursos humanos para agregar valor ao objetivo do negócio. Os salários são de R$ 20 mil a R$ 30 mil.
  • Comprador – entende e domina a toda a rotina de compras, independentemente da categoria. A área passou a ter importância estratégica para o resultado das empresas, especialmente em períodos de crise. Os salários vão de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
  • CFO (diretor financeiro) – responsável pela tesouraria, controladoria, planejamento financeiro e pelo departamento tributário. Salários de R$ 40 mil a R$ 90 mil.
  • Desenvolvedor de jogos eletrônicos – podem atuar nesse ramo designers, programadores, artistas 3D, entre outros. Geralmente, trabalham em estúdios ou agências terceirizadas, que prestam serviços para empresas. Os salários são de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
  • Desenvolvedor de aplicativos – é mais uma área da engenharia de computação que tem crescido muito, ainda mais com a recente revolução tecnológica. A principal função é criar e desenvolver aplicativos para smartphones. O crescimento da venda de aparelhos eletrônicos aumenta o número de usuários, o que só faz crescer essa profissão. Os salários chegam a quase R$ 10 mil.
  • Engenheiro ou cientista de dados – profissional responsável por solucionar problemas do negócio com técnicas de orientação a dados, bem como detectar tendências que podem ajudar nos resultados de uma empresa. Salários de R$ 9 mil a R$ 15 mil.
  • Especialista em marketing digital – a procura por pessoas que atuem na área, especialmente com foco em Google e Facebook, deve ser alta. Dentro dessa área, os especialistas em SEO (Search Engine Optimization), que buscam melhorar o posicionamento de um site nas páginas de busca, como o Google, estão em alta. Salários de R$ 3.500 a R$ 5.500.
  • Gerente de expansão (TI) – visualiza o desenvolvimento e comercialização de produtos e negócios como funções integradas, direcionando a empresa a repensar a melhor abordagem ao utilizar dados, tecnologia e infraestrutura. Salários de R$ 15 mil a R$ 25 mil.
  • Gestor de cadeia logística e supply chain – essa é mais uma área considerada promissora. A função é gerenciar os processos de logística, da entrada de materiais até a saída das mercadorias. Quem opta por essa profissão consegue um salário em torno de R$ 12 mil.

ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil
EMAp – Escola de Matemática Aplicada
FGV – Fundação Getúlio Vargas
TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação

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