TIM dirige seu foco para o B2B

Outros projetos da empresa incluem levar conectividade às rodovias e abrangem mineração, iluminação pública, saneamento e utilities.
Brasília, 02/09/25 – Para o setor de telecomunicações, ‘sistema nervoso’ de tudo que está acontecendo na sociedade com o ecossistema digital, seguir robusto e forte depende de contar com investimentos em infraestrutura. “O 5G tem benefícios diretos para os nossos consumidores e é de onde vem a nova primeira grande revolução de consumo”, disse Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, no primeiro dia do Painel Telebrasil Summit 2025, que acontece hoje e amanhã em Brasília.
A digitalização do PIB tem na sua base a conectividade, e as prestadoras de serviços de telecomunicações exercem papel fundamental para impulsionar esse processo de transformação. Citando o agronegócio, Griselli apontou que existe uma oportunidade do tamanho de 300 milhões de hectares, o tamanho da índia, porque apenas parte desta extensão tem conectividade.
A TIM tem parceria com a italiana CNH, um dos líderes mundiais de tratores, para implementar a cultura de precisão, que é algo que o cliente está querendo. “Nós fazemos parte desse ecossistema. Hoje em dia, nós temos 24 milhões de hectares cobertos, que é o tamanho do estado de São Paulo”, contou. A transformação ocorre com a conexão de um ecossistema para tornar as soluções possíveis.
Além disso, ao levar a conectividade ao campo, a TIM também contribui para a inclusão digital. “Nesses 24 milhões de hectares, estamos falando de 1,6 milhão de pessoas que antes não estavam conectadas e há também o benefício de otimizar o consumo do recurso”, disse. Outros projetos da empresa incluem levar conectividade às rodovias e abrangem mineração, iluminação pública, saneamento e utilities.
A TIM também passa por uma transformação, utilizando tecnologias como a inteligência artificial para mudar as operações. O primeiro uso de IA mira a automação com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço para o cliente e aumentar a produtividade. No ano passado, por exemplo, foi feita a qualificação de manutenção preditiva da rede, para garantir que o sistema não caia. “O que ainda não está em produção é a inteligência artificial direta para os clientes, tanto pessoa física como jurídica, mas está começando a chegar ao nosso radar um conjunto de coisas que podemos fazer para aumentar a força de valor que nós temos para trabalhar”, adiantou.
A atuação em inteligência artificial se dá por meio de parcerias. “Existem empresas mais avançadas que nós em identificar casos de uso, então, tentamos nos associar a quem sabe fazer com que o modelo de negócio seja melhor e que isso nos permita ter acesso às competências que não temos”, apontou.
Com relação à agenda ESG, Griselli assinalou que se trata de algo que transforma o negócio e a TIM vive um ano de dedicação ao desenvolvimento sustentável, com inclusão e diversidade. “Tem a ver com a nossa marca, tem a ver com o nosso pessoal. O Brasil é diverso e a diversidade enriquece e ajuda no processo”, afirmou. “ESG está no centro da estratégia de negócio.”
Novo presidente da Conexis
Griselli assumiu a presidência da Conexis Brasil Digital para os próximos dois anos. Para ele, acompanhar a implementação da reforma tributária é um dos principais pontos de sua gestão. “É um tema bastante relevante para todo o setor e um grande avanço para o Brasil”, disse.
Em sua fala na abertura do Painel Telebrasil Summit 2025, Griselli ressaltou que assume a presidência com senso de responsabilidade e propósito. “Telecom é motor da economia digital e conectividade não é apenas infraestrutura, mas cidadania.”
O executivo apontou que sua atuação na Conexis terá dois eixos. O primeiro é reconhecer efetivamente e impulsionar o valor gerado pelas telecomunicações para todo o ecossistema digital, uma valorização que passa pela política tributária, segurança da infraestrutura e sustentabilidade de relações entre os players.
“Do ponto de vista tributário, nossa carga é uma das mais altas do mundo, próxima de 30%. Em infraestrutura, mais de 100 toneladas de cabos foram roubados; a segurança da infraestrutura é a garantia de serviço ao cidadão. Esperamos que a regulamentação, sobretudo local, evolua sempre em prol da redução de entraves e implantação de redes de nova geração e o compartilhamento de redes como ferramenta estratégica de massificação do acesso”, destacou.
Ressaltou ainda que é necessário que a política de atribuição e gestão do espectro continue compatibilizando com a modernização tecnológica, metas de longo prazo e retorno aos investidores.
Com relação à sustentabilidade do ecossistema digital, disse que o tráfego na rede cresce de forma exponencial, mas a captura do valor se desloca significativamente para fora das redes, em direção às plataformas OTT. “Para reequilibrar esta distorção, é essencial promover uma mesa de negociação entre os atores econômicos para que se possa discutir soluções justas”, propôs.
Com a presença de CEOs de grandes empresas, autoridades e lideranças empresariais, o Painel Telebrasil 2025 ocorre nos dias 2 e 3 de setembro, em Brasília. Na pauta de discussão estão temas como Inteligência Artificial, inclusão digital, 5G e expansão da conectividade. Para mais informações, acesse o site www.paineltelebrasil.org.br.