Painel Telebrasil 2022: Anatel elabora cardápio de frequências para novos serviços
Medida foi considerada um alento por especialistas que participaram do workshop ‘Espectro: necessidades atuais e futuras’. Disponibilidade de espectro é saudada pelo mercado, mas há também de se desenhar novos modelos de negócios.
Brasília, 11/07/22 – O Brasil tem uma grande quantidade de espectro e o momento é de estimular o uso dos recursos ociosos via redes privativas e, principalmente, mercado secundário. “Vamos disponibilizar uma prateleira. Temos espectro para ser utilizado em grande parte dos municípios brasileiros”, afirmou o superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram.
Ao participar do workshop “Espectro: necessidades atuais e futuras”, durante o Painel Telebrasil Summit 2022, Caram apresentou o menu de espectro, a começar pela grande quantidade disponível para utilização por meio do mercado secundário. Segundo ele, não falta espectro, mas é preciso usar com eficiência.
Michelle Caldeira, representante do Sindisat, destacou que, nessa grande oferta de espectro, a agência reguladora deu espaço para os serviços satelitais, ainda de uso restrito no país, apesar de sua grande dimensão territorial. Segundo a executiva, o satélite tem papel relevante para complementar o 5G. Michelle Caldeira elogiou a política balanceada de distribuição de espectro adotada pela Anatel.
“A faixa de 3,5 GHz, a de 3,7-3,8 GHz, é usada para rede privativa e uma faixa amplamente usada pela banda C, utilizada pelos satélites no Brasil, e também a banda Ka 27,5 GHz a 27,9 GHz, usada por satélite, e temos todas as novas constelações autorizadas no Brasil usando banda Ka”, adicionou a executiva do Sindisat.
Para o vice-presidente de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Soares, a quantidade disponibilizada de espectro é um alento, mas falta ver o uso efetivo em casos de negócios. Segundo ele, agora, é preciso saber como esse espectro – que é escasso e caro – será usado de forma benéfica para o cidadão. E lembrou o uso da faixa de ondas milimétricas. “Tem boa quantidade de espectro para redes privadas. Mas ainda não tem uso muito grande das ondas milimétricas. Regulamentando a faixa, esperamos que as oportunidades de redes privadas comecem a acontecer de forma mais forte e vire um business realmente.”
O gerente de novos negócios da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Tiago Faierstein, aproveitou o Painel Telebrasil Summit 2022 para divulgar o projeto Conecta 5G, que tem como objetivo fomentar novos modelos de negócios. Faierstein destacou que o 5G é voltado, principalmente, para o uso da indústria e do setor produtivo. “O grande diferencial do 5G não é no smartphone, é na indústria, no ganho de produtividade”, afirmou.
O projeto incentiva o uso de luminárias para a instalação de antenas 5G, que são menores. “O poste é da concessionária de energia, e, portanto, um espaço privado, mas a luminária que fica no poste é do município, é pública”, explicou Faierstein.