Ericsson: arquitetura inteligente pode trazer receita para operadoras
Presidente da companhia defende que implementação de redes inteligentes para atender demanda 5G traz novas oportunidades de monetização para operadoras
05/11/24 – O presidente da Ericsson Latam South, Rodrigo Dienstmann, acredita que a implementação de redes 5G inteligentes deve criar fontes de receita para as operadoras. Durante sua participação no Painel Telebrasil 2024, nesta terça-feira, 5/11, o executivo afirmou que estas redes devem ser a base para o ecossistema digital a ser formado nos próximos anos.
Se a previsão se concretizar, será possível ver as operadoras voltarem a monetizar seus serviços de forma mais eficiente. Dienstmann lembrou que, na época da telefonia básica, as operadoras monetizavam ligações interurbanas e internacionais. Essa capacidade se manteve no início da telefonia móvel, com a oferta de serviços adicionados que acabaram desaparecendo.
“Com a chegada dos smartphones, o mundo dos aplicativos roubou muito desse mercado”, disse, lembrando que restou às operadoras trabalharem com moedas como velocidade e pacotes de dados. O movimento tirou as operadoras do centro da monetização, mas, segundo o executivo, é hora de mudar. “O 5G, junto com a IA, nos provoca a pensar nessa mudança. No 5G começaremos a ter experiencias que requerem mais do que velocidade e dados”, destacou.
Com quase 2 bilhões de assinantes no mundo – devendo chegar a 50 milhões no Brasil até o final deste ano –, as redes 5G prometem trazer novos modelos de negócio e monetização para as operadoras. Dienstmann citou casos de uso como aplicações de slicing para broadcasting de TV; a oferta de soluções FWA (Fixed Wireless Access); e a implementação de redes privadas.
“São novas aplicações que criam uma camada de receita incremental ao negócio”, explicou, ressaltando que, para atender a esta demanda, as redes precisam ir além de características como cobertura, capacidade e desempenho, passando a incluir também segurança, confiabilidade, exposição, integridade e programabilidade.
Para o executivo, esta última é fundamental quando se fala em aplicações de IA generativa. É a programabilidade que vai permitir às operadoras oferecer APIs para que desenvolvedores explorem essas capacidades de rede. “No futuro, provedores de serviços vão pagar para as operadoras pelo uso da API. Isso cria receita incremental para as operadoras, valor incremental para o desenvolvedor e valor para o cliente do desenvolvedor”, disse, lembrando que a evolução do 5G passa pela evolução dos modelos de negócio e das arquiteturas técnicas das operadoras.