Transformação digital foi dolorosa, mas colocou o cliente no centro das atenções, afirma presidente da Claro

Presidente da Claro, José Félix, está otimista com o futuro de telecom e destacou as redes inteligentes e as APIs do Open Gateway

Brasília, 05/11/24 – Ao participar do Painel Telebrasil 2024, que comemora os 50 anos da entidade o presidente da Claro, José Félix, disse que hoje não faz sentido falar sobre digital, porque tudo virou digital, mas para chegar a esse patamar o setor de telecomunicações atravessou uma transição dolorosa.

“Tudo estava muito acomodado na tecnologia de cabos de cobre, com o telefone fixo como ativo permanente das pessoas e declarado em imposto de renda”, afirmou. “Talvez a parte mais dolorida tenha sido a transformação da cabeça do profissional de telecom. Mas acho que, no fim da história, superamos com mérito e, hoje, o setor de telecom tem gente altamente capacitada e focada em qualidade de serviço”, detalhou.

A transformação, apesar de dolorosa, rendeu frutos: colocou o cliente no centro e aumentou a margem Ebitda da companhia. “Através da transformação digital, conseguimos na Claro sair de uma margem Ebitda combinada entre Embratel, Claro móvel e Net de algo entre 18% e 20% para uma margem combinada de 43,5%”, disse Félix.

O presidente da Claro, contudo, frisou que empresas de telecom não vivem sem uma margem alta, em função da alta necessidade de investimentos. “Quando você pega essa margem e subtrai o pagamento de juros da dívida, subtrai o investimento que necessita fazer, vai ver que fica um free cash flow praticamente nulo”, pontuou.

Questionado sobre como o setor deve agir para não ficar atrás em Inteligência Artificial, como teria ficado na internet, Félix rechaçou a ideia de que telecom perdeu o bonde naquele momento. “Surfamos a onda da internet, viabilizamos a onda, participamos ativamente da onda, o que não fizemos foi criar aplicações. Mas não faltou visão, só que é difícil fazer tudo ao mesmo tempo. Qual é o core do nosso negócio, o que nos move? O que nos move é a conectividade; então, primeiro, nós fizemos a conectividade e a partir de agora, com a conectividade feita, com a plataforma, você começa a construir em cima dela”, ressaltou.

Félix finalizou sua fala apontando que vê o futuro de telecom com muito otimismo, destacou as redes inteligentes e a iniciativa de Open Gateway, que já tem APIs, e aproveitou para combater a ideia de que ter 20 mil operadoras de celular é bom. “Isso vai acabar com o setor de telecomunicações. Nossos legisladores têm de ter visão de setor, de que país queremos. Eles têm de ter visão de país; o resto a iniciativa privada faz.”

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