Internet das Coisas: um universo de oportunidades
Especialistas presentes no painel Os caminhos para a Internet das Coisas, no Painel Telebrasil 2018, sustentam que é preciso políticas públicas efetivas para destravar os gargalos do ambiente de negócios.
A GSMA, associação global da indústria móvel, participa de 49 projetos de Internet das Coisas e trabalha, nesse momento, para ampliar a conscientização do mercado e o suporte às redes Low Power Wide Area (LPWA), criadas para conectar milhões de “coisas” de menor valor agregado, revelou o diretor de Políticas da GSMA, Stefano Nicoletti, durante apresentação no Painel Os caminhos para a Internet das Coisas, no Painel Telebrasil 2018.
“Do ponto de vista das empresas, é preciso garantir um ambiente de plena conectividade e disponibilidade, privacidade e integridade desses sistemas. Enquanto os serviços precisam de interfaces e equipamentos acessíveis, garantia de privacidade, custos mais baixos e redução de consumo de energia”, destacou. Ele citou que, em 2025, a expectativa é de existir 25 bilhões de objetos conectados no mundo. “Temos que assegurar que esse mercado tenha padronização. A projeção é de um crescimento exponencial”, advertiu o executivo da GSMA.
Com o tema Internet das Coisas à mesa, o secretário de Políticas Públicas do MCTIC, Thiago Camargo, aproveitou o Painel Telebrasil 2018 para anunciar um projeto de sua Secretaria: uma proposta de moratória tributária para IoT com prazo de 10 anos. O conselheiro da Anatel Aníbal Diniz observou que as prestadoras têm cumprido o compromisso de investimentos no país e o governo, por sua vez, tem um papel a cumprir no estímulo do financiamento público para desenvolver infraestrutura de telecomunicações em regiões sem boas condições de desenvolvimento econômico.
Diniz faz parte de um grupo dentro da agência que trabalhou em uma minuta de projeto de lei para alterar o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). O objetivo dessas mudanças é permitir que o fundo setorial seja usado na implantação de infraestrutura de banda larga em regiões menos atraentes do ponto de vista de negócios para as empresas de telecomunicações.
O conselheiro detalhou o trabalho para identificar a situação em todo o País, sobretudo, as regiões que mais dependem de implantação de infraestrutura, seja para rede móvel ou de alta capacidade. “O resultado é uma proposição para usar o fundo setorial no financiamento para a expansão da banda larga nessas regiões, menos competitivas”, afirmou.
Gargalos e financiamento
O diretor-executivo de Assuntos Regulatórios da Claro Brasil, Oscar Petersen, ressaltou que é preciso agir para reduzir os gargalos nos processos de licenciamento para permitir a instalação de ERBs, como limitações de distância e legislações municipais. “Há cidades em que não se pode instalar ERBs, diante das limitações; se isso não for resolvido teremos problemas para implantar o 5G. Temos que unir esforços com os municípios. Nesse sentido, Anatel e MCTIC fazem muita diferença”, reforçou.
Um universo de possibilidades a ser explorado. Assim a Oi define o mercado de Internet das Coisas, explica o diretor de Estratégia, Tecnologia e Arquitetura, Mauro Fukuda.”Temos trabalhado muito na infraestrutura de rede em experimentos desenvolvidos em laboratório, um projeto com a Nokia. Outro foco são os modelos operacionais de manutenção e controle”, afirmou.
Ricardo Rivera, responsável pela área de TICs no BNDES, ressaltou que o banco está estudando financiamentos para IoT. “Queremos ajudar no capital de giro do fornecedor de tecnologia”, afirmou. Quando ao Fust, Rivera endossou a importância para os investimentos no País. Assistam a íntegra do Painel.