Aplicações estão no centro do desenvolvimento do 5G
China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e Comunidade Europeia apresentam suas iniciativas para massificar o uso da nova tecnologia.
A massificação do 5G é uma prioridade global, como ficou evidente no primeiro painel da 6ª edição do Global 5G Event, organizado pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) e realizado nesta semana, no Rio de Janeiro. China, Comunidade Europeia, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos têm iniciativas nesse sentido.
Na China, por exemplo, os esforços se concentram na busca por estabelecer um padrão e definir uma plataforma para promover a tecnologia em todo o mundo. Ku Went, diretor Geral do Departamento de Informação e Desenvolvimento da Comunicação (MIIT), afirmou que o país está apostando em uma ambiciosa campanha para colocar em prática a tecnologia de 5G. Ele explicou que há um trabalho em conjunto com a iniciativa privada para desenvolver essa plataforma.
“Temos algumas etapas para implantar a tecnologia e estamos concluindo a parte da avaliação técnica. Até o início de 2019, teremos uma solução para estabelecer essa integração”, disse Went. A maior expectativa da população em relação ao 5G na China está no tipo de aplicações possíveis. “Estamos promovendo algumas ações para avançar na direção do desenvolvimento de aplicativos. Uma delas foi uma competição que recebeu mais de 100 inscrições de empresas, universidades e institutos de pesquisa”, detalhou Ku Went.
As aplicações para os cidadãos da Comunidade Europeia, onde o 5G já deve ser uma realidade em 2019, também representam um desafio em termos de investimentos e cooperação com a iniciativa privada entre os países que fazem parte do bloco. Philippe Lefebvre, representante do 5G IA PPP, Directorate-Generale for Communications Networks, Content and Technology at DG Connect na Comissão Europeia, comentou que alguns serviços já estão em curso, mas a adoção em massa se inicia no ano que vem.
Segundo Lefebvre, do ponto de vista de regulação, foi alcançado um estágio satisfatório entre os 28 membros, “talvez num ponto que nunca tivemos no passado.” Ele explicou que os avanços regulatórios estão permitindo que as aplicações de 5G extrapolem os limites domésticos e ganhem contribuição em várias verticais, como transportes.
“Estamos desenvolvendo um corredor de 5G para equipar as autoestradas na Europa. Na Alemanha, esse novo modelo de negócio está estimulando as operadoras a investir 20 bilhões de euros entre 2020 e 2025. Mas ainda temos um grande desafio nos investimentos em infraestrutura, e isso não é um privilégio somente do 5G”, detalhou.
Lefebvre enxerga como solução uma cooperação maior entre as prestadoras de telecom e as indústrias verticais. Ele também lançou uma provocação para a plateia: se já não seria a hora de pensar no 6G e seus desafios.
Gaku Nakazato, ministro de Negócios Internacionais e Comunicação do Japão, disse que está em andamento um trabalho para mostrar à população todos os benefícios das aplicações que serão possíveis com o 5G. Ele ressaltou o investimento feito em infraestrutura para cobertura em áreas remotas e rurais, com o mapeamento de diferentes projetos. Há um grande foco na experiência que os novos serviços poderão proporcionar aos usuários, com o uso de dispositivos como drones.
Segundo Nazakato, há um grande esforço para promover a cooperação internacional no desenvolvimento de um padrão. A alocação de frequência já aconteceu em 2018, e para 2019 ele espera ter as primeiras demonstrações. Esse ambiente será fundamental para colocar em prática as primeiras aplicações comerciais durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. O passo seguinte, em 2021, será a evolução dessas aplicações após a utilização real do 5G.
Julius Knapp, Chief Office of Engineering and Technology Federal Communications Comission United States of America, enfatizou que a estratégia para facilitar a introdução da tecnologia 5G é a The 5G Fast Plan. Segundo Knapp, essa estratégia apresenta três pontos fundamentais: “aumentar a capacidade do espectro no mercado, atualizar as políticas de infraestrutura e modernizar a regulação.”
Seong-hwan Kim, diretor Adjunto do 5G Forum ICT and Broadcasting Technology Polyci Division da Coreia da Sul, mostrou que em seu país as inciativas unem o governo à iniciativa privada para o desenvolvimento e a comercialização de novas tecnologias. Ele pontuou que há estudos em curso para identificar as principais áreas de atuação do 5G e oportunidades de utilização, como na indústria de transporte.