Conectividade no campo vai além da produtividade e permite inclusão digital
Conexão do campo abre acesso a educação à distância e telemedicina. A importância das Agritechs com soluções para o campo também foi discutida no painel.
Brasília, 23/09/22 – A última sessão do Painel Telebrasil Talks – Indústria e Agronegócio discutiu as transformações no agronegócio com a conectividade. Com grandes nomes da indústria e do Poder Executivo, o painel contou com a presença do Bruno Zitnick, diretor de Relações Públicas e Governamentais da Huawei, Maria Pilar Varela, diretora de Transformação Digital da Agrogalaxy, Matheus Ferreira, coordenador de Inovação do Sistema CNA, Sibelle Silva, diretora de Apoio à Inovação para Agropecuária do Ministério da Agricultura, e Silvia Massruhá, pesquisadora da Embrapa. A conversa foi mediada pela gerente de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis, Daniela Martins.
Bruno Zitnick, da Huawei, falou do potencial que o 5G traz para o país, mas destacou que é preciso abordar mais o tema da conectividade no agronegócio, antes mesmo de falar sobre o 5G no campo. “Eu gostaria de estar aqui falando de 5G no agro, mas a gente tem que dar um passo atrás e falar de cobertura. E depois, com o problema de conectividade resolvido, desenvolver soluções”, afirmou. Zitnick reforçou que essas soluções virão com as startups.
A diretora de Apoio à Inovação para Agropecuária do Ministério da Agricultura falou da a importância de políticas de incentivo ao empreendedorismo rural, especialmente quando o assunto está relacionado a startups, uma vez que a maioria delas estão no eixo Centro-Sul do país e as soluções ainda não chegam a todas as regiões necessárias. Sibelle reforçou ainda em sua fala que a conectividade deve ser vista como democratizadora da inovação. “A conectividade no agronegócio não é um fim, mas um meio”.
Já Matheus Ferreira, da CNA, apontou que a chegada da conectividade nas propriedades rurais permite que soluções como o ensino à distância e telemedicina sejam muito mais difundidas localmente. Outro ponto levantado por Ferreira é a necessidade de otimizar recursos da propriedade e da produção, uma vez que as demandas dos produtores rurais estão mudando e a falta de conectividade, muitas vezes, impacta até mesmo a sucessão familiar no campo.
Maria Pilar Varela, da Agrogalaxy, destacou que a inovação no agronegócio é capaz de transformar a agricultura de precisão em agricultura de decisão, ou seja, por meio do uso da tecnologia e da conectividade é possível garantir que o produtor rural esteja empoderado para tomar as melhores decisões. Para encerrar, Pilar também abordou sobre a dificuldade que os produtores rurais enfrentam em ter acesso ao crédito e os impactos negativos que este cenário acarreta para a produção agropecuária.
Silvia Massruhá, da Embrapa, abordou a necessidade de o agronegócio garantir que a produção seja conduzida de maneira ecologicamente correta e apontou que o agricultor brasileiro é o que mais utiliza ferramentas voltadas para a sustentabilidade. Além disso, Massruhá destacou a necessidade de fomentar o ecossistema de inovação voltado para as agritechs para entregarem soluções que verdadeiramente resolvam as dores que o setor enfrenta atualmente.