Empresas e governo debatem como o 5G trará maior geração de valor e o menor peso da regulação no setor de telecom
O futuro da conectividade foi discutido em webinar do Painel Telebrasil 2021
Em seu segundo dia de apresentações e debates, o Painel Telebrasil 2021 apresentou um webinar especial sobre os novos modelos de negócio e os atores que podem contribuir para a ampliação da conectividade no país. Para o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, o cenário de competição entre fibra óptica, rede 5G e satélites pode ser saudável para todos os atores envolvidos.
“Apesar de o 5G permitir maior geração de valor para a conectividade propriamente dita, é importante endereçar as assimetrias que algumas empresas enfrentam”, alertou.
O conselheiro da Anatel, Carlos Baigorri, também afirmou que o 5G será uma grande oportunidade para os negócios e defendeu que a agência deixe de atuar na perspectiva de comando e controle e traga uma visão “mais econômica e menos de engenharia” para o espectro. “Trata-se do maior leilão de radiofrequências da história do Brasil e talvez até do mercado mundial”, disse.
De acordo com Ana Luiza Valadares, mediadora do evento e diretora de Políticas de Conectividade do Facebook, o Brasil tem avançado significativamente em termos regulatórios e na dinâmica de competitividade do setor de telecomunicações. “A necessidade de desregulamentação também já vem sendo debatida na esfera governamental e será fundamental para conferir maior agilidade aos investimentos do segmento”, afirmou a executiva.
De acordo com Valder Nogueira, diretor de Investment Banking do Santander, os agentes financeiros estão olhando para essa nova fronteira de conectividade como uma alocação mais inteligente dos recursos de capital. “A visão de pluralidade dos benefícios trazidos pela nova rede é fundamental para a participação no leilão do 5G. O aspecto colaborativo será muito importante na estratégia de disputa desse mercado”.
Luiz Minoru, diretor da operadora de infraestrutura Highline, concordou com Nogueira e elogiou a decisão do governo brasileiro de realizar um leilão não arrecadatório, mas com compromisso de cobertura. O executivo afirmou que a implantação da infraestrutura necessária para o 5G consome muito capital. “O mercado de torres, onde atuamos, mostrou que a estratégia de compartilhamento de ativos para oferecer serviços próprios ou de terceiros será essencial”, afirmou Minoru.
O sócio da EB Capital, Felipe Matsunaga, também enalteceu o papel da regulamentação brasileira na transformação da banda larga no país, que permitiu a expansão da internet em pequenas cidades do interior. “É fundamental que as PPPs possam participar do leilão do 5G, concorrendo em lotes regionais ou com parceiros de rede neutra”, enfatizou.