Juiz de Fora e Uberlândia são líderes em rankings de cidades com serviços inteligentes e amigas da internet

Pesquisas elaboradas pela consultoria Teleco, a partir da avaliação de 100 municípios, comprovam que quanto mais conectividade, mais serviços digitais são ofertados ao cidadão brasileiro. Os rankings foram divulgados no Painel Telebrasil 2018.

Das 100 cidades pesquisadas pela consultoria Teleco para a elaboração do primeiro ranking nacional de serviços inteligentes, todas têm algum tipo de serviço digital disponível para a população. O levantamento pesquisou a existência de serviços voltados para a mobilidade urbana, governo eletrônico, educação e saúde e meio ambiente. Grande parte dos aplicativos é voltada para soluções de estacionamento, transporte, marcação de consultas, coleta de lixo, semáforos inteligentes, prontuário eletrônico, entre outros.

Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi a primeira colocada por oferecer 16 dos 26 serviços pesquisados. “Os municípios estão avançando e percebendo que para ter serviços inteligentes é preciso ter conectividade”, enfatizou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. Ele explicou que os dois rankings auxiliam as cidades a identificarem os pontos que merecem aprimoramento para que se tornem mais inteligentes. A pontuação foi dada não apenas em função dos serviços, mas de sua abrangência. Já os utilizados pelos usuários têm a mesma pontuação.

A mobilidade pública e o e-gov lideraram as aplicações mais utilizadas. Dos 100 municípios, 53 possuem serviços de informações sobre transporte público, 35 sobre zona azul e 14 sobre bilhete eletrônico. Já em e-gov, a emissão de boletos de pagamento ou outros meios de pagamento está presente em 96 cidades, de licenças, certidões e outros documentos em 91 e consulta de processos administrativos em 81.

Em Juiz de Fora, a primeira colocada, foram registrados 719 mil acessos ao aplicativo de horário de transporte público, 218 mil usuários mensais utilizaram a emissão de boletos e o município conta com 180 mil prontuários médicos. Tem 546 mil habitantes. As dez primeiras cidades do ranking de oferta de serviços inteligentes incluem ainda o Rio de Janeiro/RJ, Uberlândia/MG, Santos/SP, Belo Horizonte/MG, Jundiaí/SP, Cascavel/PR, Campinas/SP, Campo Grande/MS e Fortaleza/CE.

Infraestrutura mais acessível

Uberlândia, em Minas Gerais, manteve a liderança na terceira edição do ranking Cidades Amigas da Internet. A cidade mineira está fazendo o dever de casa de incentivar a construção de infraestrutura de telecomunicações para massificar a oferta de serviços, com legislações favoráveis à instalação de antenas. “Uberlândia segue a única cidade no país que respeita o prazo legal de dois meses para o licenciamento de antenas”, reforçou Tude.

Ao completar três anos, o ranking se mostra eficiente para a massificação da cultura da internet nos municípios; até as cidades em posições ruins têm se interessado pela avaliação. “Percebemos que há muito interesse em aprimorar o desempenho para estimular a oferta de serviços de telecom, com a elaboração de políticas públicas para facilitar a instalação da infraestrutura necessária”, observou Tude.

Um dos exemplos disso, relatou o presidente do Teleco, foi a conquista de 20 posições da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, a partir da mudança de legislação. No ranking são analisadas as restrições para a implantação de ERBs, a burocracia no processo e os custos. “O tempo para se obter uma licença pode superar um ano em algumas localidades”, advertiu Tude. As cidades de Várzea Grande/MT, Rio Branco/AC, São José dos Campos/SP, Guarulhos/SP, Duque de Caxias/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Palmas/TO e Cascavel/PR completam as 10 primeiras posições do ranking de 2018.

O ranking das cidades amigas da Internet mostra ainda que as cidades que impõem mais burocracia e dificuldade na instalação de antenas ficam nas últimas posições. Este é o caso, por exemplo, da capital do país, Brasília, que caiu para a última posição. São Paulo ficou com a penúltima posição. Também estão entre aquelas com as piores avaliações as cidades de Ribeirão Preto/SP (96º), Fortaleza/CE (97º) e Contagem/MG (98º).

Para Tude, a mensagem relevante às autoridades municipais é que não basta apenas revogar as legislações defasadas para a instalação das antenas e se adequar à lei federal. São necessários estrutura e um processo capaz de analisar as autorizações no prazo legal de dois meses. “E tem a questão dos custos adicionais. Isso porque ainda há cidades que querem renovação anual”, exemplificou o presidente da Teleco.

Assista à entrevista com Eduardo Tude.

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