Para acelerar investimentos no 5G, presidente executivo da Conexis defende flexibilizar limpeza da faixa de 3,5 GHz

Marcos Ferrari falou durante o Teletime TEC. Ele lembrou que a velocidade de implantação do 5G dependerá de retomada de setores como a indústria e serviços.  

O presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, defendeu nesta terça-feira (25) a flexibilização da limpeza da faixa de 3,5 GHz como forma de acelerar os investimentos em 5G no Brasil.  

A faixa de 3,5 GHz é ocupada por empresas de TV por satélite e o edital da Anatel prevê a remoção das empresas dessa faixa para a banda KU, o que, segundo Ferrari, pode atrasar investimentos.  

“O que nós gostaríamos é que houvesse flexibilidade para que a gente antecipe investimento mediante mitigação em algumas localidades. Os nossos investimentos serão importantes para a retomada da economia”, afirmou durante participação no Teletime TEC.  

Ferrari destacou que respeita a decisão a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que determinou a limpeza da faixa de 3,5 GHz, mas o setor de telecom acredita que flexibilizar a limpeza da faixa, com uma solução hibrida que também inclua a instalação de filtros para mitigar a interferência, vai favorecer investimentos.  

Ferrari afirmou acreditar que o 5G vai revolucionar o mundo, mas destacou as diferenças entre as decisões de investimento para implantação do 4G e do 5G. Segundo ele, enquanto o 4G estava diretamente ligado ao consumo das famílias, as grandes transformações propiciadas pelo 5G serão proporcionalmente mais apropriadas pelos setores econômicos, indústria, serviços e o agronegócio. O benefício para o consumidor final chegará pelas operadoras e pelo desempenho desses setores. Por isso, a incorporação do 5G vai apresentar um grau de complexidade mais elevado. 

Segundo ele, os investimentos das teles no 5G está diretamente relacionado à recuperação desses setores.  

“A velocidade de adoção dessa tecnologia terá um grau de complexidade muito elevada. Vou depender do comportamento da indústria, que vem perdendo participação no PIB, vou depender do serviço, que foi um dos setores mais afetados pela pandemia, e do agronegócio. Esse sim é sempre um setor propulsor da economia apesar de representar 5% do PIB”, disse.  

O presidente executivo da Conexis destacou ainda que a precificação do edital depende desses fatores e defendeu ainda regras claras para o certame, principalmente com relação às obrigações que estão vinculadas ao leilão.  

A previsibilidade nas regras do leilão também foi defendida pela diretora de relações institucionais da América do Sul da Ericsson, Jacqueline Lopes. 

“Destacamos que é fundamental que haja previsibilidade das obrigações para atrair investimentos. É preciso que fique claro o valor máximo dessas obrigações. É importante para a visão de negócio e vai contribuir para os investimentos futuros”, afirmou. 

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