Painel Telebrasil 2022: Para Isaac Sidney, presidente da Febraban, parceria com setor de telecom é fundamental para o crescimento do país

Executivo falou também sobre as expectativas e desafios que serão enfrentados na economia a partir de 2023

Brasília, 28/06/22 – O presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que o setor bancário está muito engajado no processo de transformação digital. Segundo ele, 80% das operações bancárias hoje são feitas pelos canais digitais. Durante o Painel Telebrasil SUMMIT 2022, ele afirmou que existe uma expectativa muito positiva para a chegada do 5G no Brasil.

“Há frentes muito importantes para serem tratadas nessa importante parceria com o setor de telecom, como Pix, Open Finance, a moeda digital do Banco Central”, disse.

Sidney explicou a visão do setor bancário para o ano de 2023 e quais os principais fatores de preocupação para essa indústria. Ele entende que será um período muito desafiador para a economia. Além da pandemia, o mundo precisou suportar as consequências de uma guerra e esse cenário vem deteriorando de maneira significativa o ambiente externo, pressionando a inflação. “O aumento dos juros por parte dos Bancos Centrais podem sufocar a economia global”, afirmou.

Em seguida, citou especificamente o caso do FED, que está projetando uma taxa de juros de 4% ao ano, em um movimento inédito nos últimos tempos. Refletiu sobre a intensidade da desaceleração da economia norte-americana e seus impactos nos demais países. Esses fatores demonstram o enorme desafio que será enfrentado a partir do ano que vem. “É pouco provável que haja ajuda externa para alavancar o crescimento do Brasil. Isso torna o quadro ainda mais complexo”, disse.

Nesse sentido, elogiou a atuação do Banco Central brasileiro em suas tentativas de normalizar a situação, elevando a taxa Selic de 2% ao ano para 13,25% ao ano. A medida gerou projeções de crescimento, que não deverão passar de 1% em 2023. Segundo ele, é preciso preservar o equilíbrio fiscal e evitar soluções que não funcionaram no passado. “A retomada da agenda de reformas, sobretudo a tributária, é condição primordial para o país voltar a crescer de forma sustentável”, ponderou.

Uma outra preocupação do setor bancário é a deterioração da inadimplência. Existe dúvida se a taxa irá retornar para níveis pré-pandemia ou se permanecerá um pouco acima. Sobre os juros bancários, afirmou que são de fato altos no país e explicou de 80% do custo do crédito são relacionados com o custo da intermediação financeira. “Aumentos de impostos causam efeitos danosos na economia, o crédito encarece, retrai o consumo e isso impacta nas linhas mais necessárias, como a imobiliária, consignado, veículos, rural e capital de giro”, concluiu.

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