Tributação e rentabilidade do 5G são discutidas no Pós MWC Barcelona

Encontro promovido pela Futurecom reuniu integrantes da comitiva brasileira que esteve na Espanha para discutir os desafios e oportunidades do setor de telecom

Brasília, 11/04/23 – Os principais temas discutidos durante o Mobile World Congress (MWC), que aconteceu em fevereiro, em Barcelona, foram apresentados e debatidos nesta terça-feira (4) durante evento Pós MWC Barcelona.

No encontro, promovido pela Futurecom, a diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis Brasil Digital e da TELEBRASIL, Daniela Martins, pontuou alguns aspectos importantes discutidos durante o MWC e ressaltou a importância da discussão sobre a tributação de serviços de telecomunicações no Brasil.

Daniela ressaltou que o Brasil tem uma tributação muito alta sobre serviços de telecom, mas que tem a oportunidade, este ano, de mudar esse cenário com a Reforma Tributária. “A gente tem que pensar esse ambiente (das telecomunicações no Brasil) e trazer de Barcelona os exemplos e uma provocação: precisamos ter regras e leis flexíveis, aderentes à conectividade atual e a que está por vir. O que a gente tem hoje de legislação precisa ser o propulsor para o que a gente já tem, para o que a gente já está precisando implementar e para o que é o futuro. E isso passa por uma tributação que incentive a conectividade”, afirmou.

Além da tributação, Daniela enfatizou a importância de resolver outros entraves para o avanço do 5G, entre eles, a atualização de leis municipais de antenas.

Sustentabilidade

Outro tema de destaque durante o MWC e trazido pela diretora de Relações Institucionais LATAM South da Ericsson, Jacqueline Lopes, foi como o 5G pode ajudar nas ações de sustentabilidade. “Sabemos, por meio de um estudo da Ericsson, que a tecnologia 5G pode reduzir em 15% as emissões de gases do efeito estufa”, disse.

Jacqueline reforçou ainda que apesar do aumento de tráfego, o mesmo estudo da Ericsson pontuou que o consumo de energia das redes permanecerá estável. “Em um contexto global, que trabalhamos em torno da sustentabilidade e a ESG é algo tão importante, porque não usar a tecnologia de forma sustentável?”.

Monetização

O encontro também discutiu a importância da monetização do 5G, atrás de aplicações em grandes setores da economia, com, por exemplo, o uso de redes privadas, como uma forma de impulsionar os investimentos.

Na opinião de Daniela Martins as operadoras, inicialmente, buscaram trazer os consumidores para o 5G sem cobrar um preço mais elevado pela nova tecnologia, o que está trazendo uma atratividade muito ágil para o 5G, abrindo possibilidade de serviços e aplicações que serão importantes no segundo momento, de monetizar a nova tecnologia.

“Um novo mercado, como o de internet das coisas, por exemplo, pode ser uma das respostas sobre monetização. A gente precisa cada vez mais construir um ambiente de investimento para o país para trazer esses novos ciclos de investimento”, disse Daniela.

Luiz Henrique Barbosa, presidente da Telcomp, comentou que acredita que formas de rentabilizar a quinta geração móvel virão com o tempo.

“O iPhone foi inventado em 2007, 2008, e só depois vieram o 4G e o Waze e outros programas que se popularizaram, que surgiram em cima de uma plataforma. O 5G é isso no final das contas”, afirmou.

Plataformas digitais

Outro ponto de destaque tratado pelos participantes do encontro foram as plataformas digitais e a discussão sobre o equilíbrio regulatório entre essas empresas e as operadoras de telecomunicações.

O superintendente executivo da Anatel, Abraão Balbino, lembrou que no fim de março, o órgão regulador abriu uma tomada de subsídios para analisar uma eventual necessidade de regulamentação sobre deveres dos usuários de serviços de telecomunicações, especialmente os que fazem uso massivo das redes, as chamadas big techs. “A Anatel buscará trazer equilíbrio para as relações e sustentabilidade para o sistema, sem nenhum tipo de viés”, afirmou.

O painel do evento Pós-MWC Barcelona by Futurecom, realizado na sede da KPMG, em São Paulo, também contou com a participação do diretor da Futurecom, Hermano Pinto, e foi moderado pelo sócio líder TMT da KPMG, Marcio Kanamaru.

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