5G é oportunidade para o salto da competitividade brasileira

A nova tecnologia móvel tem tudo para dar ao Brasil a produtividade desejada por diferentes setores da economia. Mas são necessárias ações efetivas para respaldar as mudanças que estão por vir. O tema foi debatido no painel 5G: a infraestrutura necessária à transformação digital, no Painel Telebrasil 2019.

A transformação digital terá o 5G como forte aliado no Brasil. Esta foi a posição de prestadores de serviços de telecomunicações, fornecedores de tecnologia e representantes do mercado e do governo colocada no painel 5G: A infraestrutura necessária à transformação digital, realizado no Painel Telebrasil, nesta quarta-feira, 22/05.

O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Moisés Moreira, disse que o 5G será utilizado como infraestrutura para a revolução 4.0, mas os municípios precisam parar de atuar como dificultadores da transformação. “Sempre existiu uma guerra fiscal para atrair investimentos. Os municípios esquecem que nenhuma indústria irá para onde não existe banda larga. É um absurdo o atraso que São Paulo tem para autorizar instalações de antenas”, criticou.

Para Gabriel Fiuza de Bragança, subsecretário de Regulação e Mercado da Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura (SDI) do Ministério da Economia, é preciso centrar as ações no desenvolvimento da infraestrutura do País como vetor para aumentar a produtividade, para a geração de empregos e para elevar a competitividade.

“Estamos em 81º no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Não podemos ficar para trás na corrida da transformação digital. Precisamos fazer o que for possível e dialogar, dentro das atribuições de cada instituição, no sentido de colaborar e estimular o desenvolvimento”, pontuou o subsecretário da SDI do Ministério da Economia.

A união de esforços e a colaboração entre os diferentes players também é preocupação e meio para acelerar a transformação, na visão de Miriam Wimmer, diretora do Departamento de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ela contou que o MCTIC tem tratado o tema da transformação como realidade global.

“Para que o Brasil possa obter incrementos de produtividade e competitividade, é preciso que as iniciativas dos diferentes ministérios sejam compreendidas de maneira conjugada. Não tem transformação digital sem banda larga”, afirmou. “E isso requer uma abordagem integrada dos diferentes elementos de políticas públicas, sempre dialogando com os investidores, o setor privado e os consumidores dos serviços”, completou.

O CTO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville, lembrou que o usuário já fez a sua transformação digital, e isso se traduz no amplo uso que ele faz das mais recentes inovações. O executivo também pediu uma reflexão à indústria para que ela não se torne um gargalo. “Sei que nova tecnologia assusta e provoca mudanças, mas não podemos impedir uma maior competitividade”, destacou.

Wilson Cardoso, head de Soluções da Nokia Latin America, advertiu para a oportunidade que surge agora para mudar o Brasil. “A cada dez anos, temos chances de dar um salto de desenvolvimento e produtividade. A próxima onda é agora. Se esperarmos a próxima, o gap será ainda maior”, afirmou. E acrescentou que a oportunidade já pode começar a ser explorada agora, com o próprio 4G, enquanto março de 2020 (data prevista para o leilão 5G) não chega.

Reforçando a necessidade de não deixar a oportunidade passar, Paulo Bernadocki, diretor de Tecnologia de Redes da Ericsson Brasil, comentou que, desta vez, o Brasil está chegando junto com o lançamento da tecnologia. “Estamos em linha com outros países em nível global. Isso é extremamente importante”, afirmou. “Se não tivermos a plataforma, dificilmente nos inseriremos numa cadeia mais moderna. Precisamos começar o mais cedo possível para aproveitar a onda”, disse.

Alejandro Adamowicz, diretor de Tecnologia para a América Latina da GSMA, finalizou dizendo que o Brasil tem grande oportunidade de avançar porque o brasileiro está aberto a novas tecnologias e as consome com entusiasmo. “Na América Latina, o Brasil é um país impulsionador de tendências.” Segundo ele, o País responderá por 40% das 25 milhões de conexões 5G previstas para a região em 2025.

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