CDG promove Conferência Latino Americana CDMA 2004

O CDG (grupo de desenvolvimento CDMA) promoveu, durante três dias, no Hotel Sofitel, Rio de Janeiro, sua conferência Latino Americana CDMA 2004. O CDG há mais de uma década promove o evento CDMA.

Segundo Celedonio von Whutenau, diretor do CDMA Development Group, foram cerca de 250 participantes, da América Latina, EUA, Europa, Índia, Coréia e China, presentes ao evento, dentre representantes de operadoras, fornecedores de tecnologia, de acesso e conteúdo, reguladores e consultores.

Um dia do evento foi reservado ao roaming, com palestrantes da VIvo, Cibernet, Verisign, Gemplus e Vodafone. O encontro também teve palestras da Anatel, Nortel Networks, Lucent Technologies e Nokia, dentre outras. Luis Avelar, vice-presidente da Vivo, moderou um painel sobre o CDMA2000 para a América Latina. Outro painel mostrou como utilizar bem a rede CDMA na introdução de novos serviços.

Também se debateu como o CDMA450, na faixa de 450 MHz, pode servir para implementar o serviço universal no mercado latino-americano, que teve a participação de Carlos Killian (TMG), Gordon Davidson (Ericsson), Jussi Koria (Huawei) e Luis Cláudio Rosa (Lucent). A área de dispositivos para o CDMA2000 contou com debates da Audivox, Kyocera e Axesstel, coordenados por Hilton Mendes, da Vivo.

O evento ainda apresentou uma oficina para desenvolvedores de aplicativos, outra sobre o MMS (multimidia services), uma terceira a respeito de banda larga e ainda outra sobre push-to-talk.

Palestras

O vice-presidente da Ericsson para Desenvolvimento de Negócios, Jesper Rhode Andersen, falou do futuro convergente da terceira geração sem fio. Na sua visão, trata-se muito mais de uma evolução do que uma revolução. O modelo da arquitetura é de três camadas: conectividade, controle e aplicações. O desafio de migrar do TDM (time domain multiplexing) para o IP (Internet Protocol) seria efetuado por um servidor interconectando os mundos PCM/TDM e RTP/IP.

A estratégia da multinacional sueca está centrada na evolução do core CDMA2000. Será pela integração do IP multimídia, acesso rádio, mecanismo de transporte e comutação de circuitos, que a Ericsson cobre com três plataformas. A camada de conectividade proveria o acesso para qualquer tecnologia sem fio. Tudo isto com OSA (open system architecture), SIP (session initiation protocol) e IP.

Pela Lucent falou seu vice-presidente para o Caribe e América Latina (CALA), destacando que o mercado da AL é suportado pelo pré-pago. É um setor dinâmico onde convergem a tecnologia, as forças da competição e as mudanças regulatórios para criar novas oportunidades e desafios.

Para as operadoras, é saber o que oferecer e o que cobrar, a fim de gerar mais ARPU (receita por usuário) e menos churn (migração do cliente para o concorrente). Para a indústria, um dos desafios é baratear os terminais para o oferecimento de novos serviços. “Um único terminal para todos os serviços e todos os serviços em qualquer lugar”, resumiu o executivo da Lucent.

Carlos Ivan Rivera, vice-presidente da Qualcomm para a América Latina, enfocou oportunidades mercadológicas para as telecomunicações celulares. Destacou a Internet de alta velocidade, a HSD (high speed data), o SMS (serviço de mensagens curtas), a VoIP (voz sobre IP) com push-to-talk (apertou-falou) e os serviços de vídeo on demmand, videotelefonia, avant-premiéres e multicast.

O sistema se inicia com provedores de conteúdo. Seus produtos, depois de codificados, (H.264, MPEG-4), são armazenados num servidor. Daí o conteúdo é repassado para a rede celular CDMA 1XEV-DO, em modo unicast (one-to-one) ou multicast (one to many). O cliente recebe os sinais em aparelhos EV-DO, dotados de Brew, da Qualcomm.

Explicou Carlos Rivera que a idéia básica do serviço é a fase 1 do pede-escolhe, seguida do recebe-armazena e toca. É uma solução que deve ser dotada de uma taxa básica para atingir o mercado de massa. Quanto à velocidade da transmissão, o release 0 do CDMA 1X-EV-DO fornece um enlace bidirecional com 2.4 Mbit/s-153 kbit/s e o release A com 2.1 Mbits-1.8 Mbit/s.

Durante um dos painéis, Wally Swain, do Yankee Group, opinou que a América Latina é conservadora na adoção de novas tecnologias preferindo aguardar como os outros países vão proceder. Para José Otero, da InfoAmericas, é preciso que os órgãos reguladores não sejam alvo de pressão política que os tornam pouco operantes, como no México. Um dispositivo não deve custar mais que US$ 250, caso se queira sua disseminação na América Latina.

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