BRICS: Telecomunicações são essenciais à economia digital

Depois de dois dias de reuniões, os ministros das comunicações do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul elaboraram uma declaração com intenções de parcerias nas áreas de comunicação, informação e tecnologias digitais.

As experiências de cada país na implantação do 5G e as estratégias para incentivar o desenvolvimento da internet das coisas foram os temas dominantes nos dois dias de reuniões, em Brasília, dos ministros das comunicações do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os BRICS. O evento foi encerrado com uma declaração com intenções de parcerias para iniciativas nas áreas de comunicação, informação e tecnologias digitais.

Os ministros destacaram o papel das tecnologias digitais para o desenvolvimento da economia digital como instrumentos para “aumentar a eficiência na administração pública” e “promover a competitividade e a produtividade no setor privado”. Os ministros elencaram diversas áreas de trabalho conjunto. A primeira delas é a oferta de conectividade a quem ainda não tem acesso à Internet. No mundo, este patamar ainda está próximo de 40%.

Os países do bloco também vivem essa situação de exclusão, especialmente dada as grandes populações e extensões territoriais de cada nação integrante. Neste sentido, o documento sugere a ampliação do acesso à banda larga como elemento importante para um crescimento inclusivo.

Outra área de parceria entre os países é a adoção de novas aplicações tecnológicas para diferentes finalidades. Neste sentido, os representantes apontaram como exemplo levar conexão para o campo e aplicar tecnologias digitais em atividades agrícolas, com a implantação das novas redes, como o 5G.

No tema de segurança, o documento reforça o intuito de “fortalecer arcabouços de segurança robustos em economia digital”. A ministra das comunicações da África do Sul, Stella Ndabeni-Abrahams, ressaltou as mudanças profundas deste tipo de tecnologia e a importância da cooperação entre os países para trocar boas práticas e construir apoio mútuo voltado a favorecer a disseminação dessas redes nos países do bloco. 

“Foram dois dias intensos de discussões em quatro áreas, internet das coisas na agricultura, 5G, banda larga e transformação digital”, resumiu o ministro brasileiro Marcos Pontes, evidenciando um encontro pautado pelas telecomunicações – especialmente na sessão de B2B realizada na véspera e promovida pela indústria.

“O que vimos e que foi muito importante aqui no Brasil foi esse espírito de engajar mais as empresas, algo que foi insulado em todos os BRICS, até porque as empresas são os principais veículos da economia digital. Como reguladores e autoridades precisamos ouvir o que os negócios têm a dizer, portanto espero repetirmos essa participação das empresas na reunião da Rússia”, afirmou o vice-ministro russo de desenvolvimento digital e comunicações, Mikhail Mamonov.

As empresas brasileiras gostaram de ouvir as experiências dos parceiros, como uso do equivalente ao Fundo de Universalização das Telecomunicações, o FUST, na Índia para a expansão das redes de fibra óptica ao interior e especialmente a decisão da China de alocar sem custos às prestadoras as frequências para 5G, exigindo como contrapartida a cobertura.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo