CPqD celebra 35 anos com jantar de gala na Capital Federal

A arquitetura sóbria do Brasília Palace Hotel, projetado por Oscar Niemeyer em 1958, perto do Palácio do Planalto, foi o cenário ideal para o jantar de gala, reunindo, em 23 de agosto último, autoridades, dirigentes, conselheiros, empresários, imprensa, gente do Governo e da iniciativa privada, amigos e parceiros atuais e históricos em torno da celebração dos 35 anos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD), com o moto “Referência em Inovação”. Veja aqui.

A Fundação CPqD é uma Associada TELEBRASIL.

Esta seria mais uma nota social marcada pelo congraçamento que se estabeleceu entre mais de 100 participantes, pertencentes, no sentido lato, ao “universo CPqD”, não fosse o significado mais profundo do encontro, ressaltado por pronunciamentos que se sucederam, marcando a importância do CPqD para o País.

Abrindo os pronunciamentos antes do jantar, o presidente do CPqD, Hélio Graciosa, analisou a trajetória dos 35 anos da entidade. Mencionou que, alguns desafios institucionais, como a mudança na política industrial do Brasil, em 1990; e a privatização do setor de telecomunicações, em 1998; bem como “centenas de desafios tecnológicos”, tiveram que ser vencidos.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) completou 35 anos como uma organização privada brasileira e autônoma, totalmente voltada para a inovação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). “A tecnologia criada pelo CPqD gera empregos nobres no Brasil e atinge 39 países”, disse Hélio Graciosa, acrescentando que “surgiram empresas como Padtec, Trópico e outras, além da criação do Instituto Atlântico, no Nordeste brasileiro, para constituir o universo do CPqD”.

CPqD e o futuro

Ao vislumbrar o futuro, disse Hélio Graciosa que o centro vem investindo em desenvolvimento e participa ativamente de vários campos de atividade. Dentre eles, a “banda larga” para o setor de telecomunicações; o smart grid para o setor de energia elétrica; o “banco do futuro” e a “universalização bancária” para o setor financeiro; e as “cidades digitais”, com o governo eletrônico e a inclusão digital, para a administração pública.

Mantendo coerência com seu passado histórico, o CPqD vem se destacando nas comunicações ópticas, lado a lado, com os grandes centros de pesquisa mundiais. Ainda no setor de telecomunicações, um dos maiores sistemas do mundo, baseado em técnicas de geoprocessamento e de suporte à decisão, se vale de tecnologia do CPqD.

Dentro dos centros de pesquisa, de cunho não acadêmico, o CPqD detém o 2o lugar em depósito de patentes (o 1o lugar é a Embrapa).

“Nossos clientes foram bastante exigentes e o nosso Conselho Curador sempre colocou desafios ao nosso desempenho. Isto fez com que nossos produtos tivessem que ser cada vez melhores”, explicou Hélio Graciosa. Destacou o apoio do Estado brasileiro, sem o que as grandes transições tecnológicas não poderiam ter sido aproveitadas, e a dedicação e competência das milhares de pessoas que trabalharam no CPqD.

O presidente da entidade destacou a importância da capacitação em software para fazer frente aos novos tempos.

“Almejamos que o CPqD seja, no Brasil, o líder no desenvolvimento de TICs para missão crítica”. E finalizou afirmando que “o CPqD quer continuar a ser o parceiro estratégico do Estado”.

Pronunciamentos

O ex-ministro das Comunicações (1974-1979), Euclides Quandt de Oliveira, com 91 anos, rememorou o nascimento do CPqD, prestando homenagem a seu predecessor no cargo, Hygino Caetano Corsetti (1969-1974). Lembrou que na gênese do CPqD situou-se o fato que toda a tecnologia para as telecomunicações no Brasil provinha, na época, do exterior. O Brasil mirou-se no exemplo dos EUA e da França e decidiu partir para criação de conhecimento na área de Tecnologia da Informação e Comunicação.

O empresário e engenheiro Luiz Alberto Garcia, presidente do Conselho Curador do CPqD, disse que o desenvolvimento de tecnologias e a presença da indústria nacional teve como resultado imediato a queda de preços da oferta, no Brasil, de equipamentos e sistemas vindos do exterior. Afirmou Luiz Garcia sentir-se honrado com a Presidência do Conselho Curador do CPqD, uma entidade pela qual tem profunda admiração. “O CPqD é um conjunto de talentos heterogêneos unidos pelo mesmo nome, Brasil”, resumiu Luiz Garcia.

Luiz Alberto Garcia, dirigente do grupo Algar, de Uberlândia (MG) – a Companhia Telefônica do Brasil Central (CTBC) – não foi estatizada pelo Sistema Telebrás –, referiu-se ao fato que as telecomunicações no Brasil estão grandemente operadas a partir de investimentos estrangeiros. Apesar de tratar-se de “uma boa contaminação”, lamentou sentir falta de brasileiros com talento para empresário, principalmente na área da operação das TICs, algo que, no seu entender, faz muita falta ao Brasil.

O embaixador Ronaldo Sardenberg, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e ex-ministro da Ciência e Tecnologia no Governo FHC, lembrou que países reúnem talentos para proceder à inovação. Assim fez o Brasil, com seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Porém, reunir cientistas, acadêmicos e técnicos não é suficiente. São necessárias políticas públicas de Estado para que a inovação aconteça. O incentivo à inovação passa por uma legislação adequada, a favor dos interesses legítimos dos que aceitam o desafio de serem inovadores.

Ainda fizeram pronunciamentos Virgilio Augusto Fernandes Almeida, representante do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante Oliva, no CGI.br, Comitê Gestor da Internet no Brasil. Ressaltou Fernandes de Almeida a importância para o País de “soluções inovadoras com capacidade de gerar tecnologia” e elogiou a “capacidade do CPqD de se reinventar”.

O economista Cezar Alvarez, secretário-executivo do Ministério das Comunicações, representando o ministro Paulo Bernardo, lembrou a importância da Lei 12.349/2010, legislação sobre o poder de compra no Governo, como fato real de incentivo à produção tecnológica. O Ministério das Comunicações apoia o CPqD pelo Funttel – Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações.

Terminados os pronunciamentos, passou-se ao jantar com os convidados confraternizando, em mesas redondas, e relembrando fatos dos 35 anos do CPqD.

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