Presidente da Conexis e da TIM defende regras claras e diálogo para desenvolver o 5G no Brasil
Pietro Labriola destacou que o 5G é uma plataforma habilitadora de novos negócios e demandará a reinvenção das operadoras, mas advertiu: não se constrói o futuro olhando para o passado, especialmente, na definição de novos modelos de atuação e de serviços.
O CEO da Conexis Brasil Digital e presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola, defendeu em sua apresentação no Painel Telebrasil 2021, nesta terça-feira, 21/09, que o diálogo construído nos últimos dois anos entre o setor privado e os entes públicos, em especial Anatel e Ministério das Comunicações, siga acontecendo para permitir ao 5G trazer todos os benefícios de uma plataforma habilitadora e de desenvolvimento econômico e social.
“Quero agradecer o diálogo que estamos tendo nos últimos dois anos com as autoridades. A experiência do diálogo é crucial para termos o 5G. A polarização não ajuda. O 5G não vai trazer retorno imediato às operadoras, não vai mudar a vida das operadoras, mas permitirá ao Brasil ter uma plataforma efetiva para que as empresas e as startups possam desenvolver seus novos modelos de negócios”, frisou o executivo.
Labriola elogiou o modelo do edital 5G, que privilegiou a construção de infraestrutura em detrimento da arrecadação para os cofres públicos. Segundo ele, ‘sem infraestrutura, não haverá novas aplicações’. O CEO da Conexis Brasil e da TIM Brasil sustentou ainda que a digitalização e a inclusão digital no Brasil chegarão com a mobilidade e com o avanço do 5G.
O executivo, porém, advertiu que as regras a serem postas à mesa no 5G não podem ser feitas com o olhar no passado e precisam servir para todo o ecossistema. “Hoje, se olharmos o passado para definir regras, não vai funcionar. O futuro muda a cada ano. Defendemos a redução das regras para que não tenhamos uma assimetria com players OTTs.”
Labriola também pediu um diálogo intersetorial para tratar de um desafio: a mudança da regra da neutralidade de rede para o avanço de ofertas diferenciadas de serviços no 5G. “Esse é um tema de que precisamos tratar”, ponderou. Ao falar sobre os benefícios do 5G, ele observou que a tecnologia vai trazer de volta a inovação para dentro das empresas.
“Nos últimos anos, a inovação ficou na casa do usuário. O 5G vai mudar esse jogo”, assinalou. Labriola lembrou, porém, que o efeito do 5G será sentido ao longo dos próximos anos e que o 4G não vai acabar. Ao contrário. O 4G terá papel essencial para o avanço da digitalização no Brasil. “Precisamos de uma cobertura maior e melhor do 4G”, finalizou.