Reestruturação da Oi vai redesenhar o setor de telecom no Brasil

Avanço do plano estratégico, focado em fibra e serviços, passa pela arbitragem com Anatel e adaptação do contrato de concessão, afirma o CEO da Oi, Rodrigo Abreu.

A transformação para uma nova Oi, mais leve e ágil, já começa a dar sinais de estar em andamento, com a passagem do plano de recuperação para um plano estratégico e uma visão de futuro focada em fibra e serviços digitais. E com essa transição, a retomada de bons resultados e da capacidade de investimentos, a ser alicerce da transformação digital do Brasil e da própria implementação do 5G no País.

Como apontou o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, ao participar nesta terça-feira, 14/9, do Painel Telebrasil 2021, essa transformação envolve passos já concluídos e alguns desafios ainda pela frente. O desenvolvimento do plano estratégico começou com a venda de ativos de torres e datacenters e avança na venda da Oi Móvel e da separação estrutural que criou a V.tal.

“Esperamos até o ano que vem a conclusão desses processos maiores de venda de ativos, para a companhia começar uma nova vida, com um novo modelo, rumo à sustentabilidade. A empresa vai ser segregada em três partes – uma que é a nova Oi, sustentável, que vai manter a relação com os clientes e centrar em serviços e inovações. Além disso, vamos manter participação minoritária na V.tal, a maior empresa de rede neutra do Pais, e, finalmente, a venda da Oi Móvel, um processo fundamental para viabilizar essa transformação”, explicou.

Para o executivo, a principal novidade dessa estrutura é a rede neutra da V.tal, que terá a função de viabilizar a conectividade não apenas para a Oi, mas para qualquer operadora do País. “Essa empresa nasce com mais de 400 mil km de fibra ótica, cobrindo mais de 2,3 mil cidades com fibra, presença que vai ser ampliada, com forte expansão regional, viabilizadora de vários prestadores de serviços, ISPs, ou grandes operadoras, com nível de qualidade muito elevado, e que, além de atender empresas e usuários finais, vai ser a estrutura viabilizadora do 5G.”

Plataforma de conectividade e serviços digitais

No caminho para fazer dessa nova Oi “uma plataforma de conectividade e serviços digitais, leve em ativos e com foco nos clientes”, ainda há, como destacado por Rodrigo Abreu, alguns desafios pela frente, especialmente o fechamento das operações estruturantes, a venda da operação móvel e a governança da V.tal, até o primeiro trimestre de 2022. E aqui entra um ponto central: o equacionamento da concessão de telefonia fixa.

Para Abreu, esse passo é muito crítico. “Estamos trabalhando em todas as alternativas de equacionamento da concessão do STFC, tanto do ponto de vista operacional – com consolidação de centrais, adequação da infraestrutura, otimização dos sistemas legados, desligamento de sistemas que já não fazem sentido – até o trabalho em duas frentes mais ligadas ao mundo regulatório: uma delas o processo de migração da concessão para autorização, e, a outra, o processo de arbitragem para que a gente possa fazer essa transição de maneira suave, de maneira adequada para algo que seja sustentável na frente.” Segundo Abreu, a arbitragem com a Anatel é parte predecessora do processo de migração, em uma discussão de quatro elementos: a insustentabilidade, o saldo do PGMU, o equilíbrio econômico e financeiro e a indenização de ativos.   O resultado, aponta, será a democratização da banda larga de ultra velocidade, tornando possível viabilizar o 5G sem duplicar investimentos.

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