Turismo será a próxima vertical a ganhar Câmara Setorial de IoT

Internet das Coisas e a tecnologia 5G estão nas agendas de operadoras, fabricantes e de empresas privadas como a Vale. Para o MCTI, pandemia acelerou uma janela de oportunidades que vão exigir interação, construção coletiva e inovação.

A próxima vertical a ganhar uma Câmara Setorial para aplicação de Internet das Coisas (IoT) será Turismo. A informação foi dada pelo secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim, explicando que foi uma demanda das empresas que atuam nessa área. No ano passado, foram criadas as Câmaras da Indústria 4.0, do Agro, Cidades Inteligentes e, este ano, da Saúde 4.0.

Na sua avaliação, a pandemia da Covid-19 acelerou uma janela de oportunidades que vão exigir muita interação, construção coletiva e inovação não apenas para desenvolver produtos e serviços, mas também para garantir a acessibilidade. “Esse período nos mostrou como o acesso é importante para a população em todo o País”, afirmou. Esse foi um dos motivos que também levou ao apoio de projetos via Finep ou Embrapii que usassem IoT.

Alvim ressaltou ainda que o órgão analisa 19 propostas relativas a centros de pesquisa de Inteligência Artificial (IA) e desenvolveu um trabalho que será divulgado em breve dentro do conceito de inovação aberta também para IA. Segundo ele, a chegada do 5G vai abrir oportunidades para empresas de todos os setores. Nesse quadro ele situa também as startups, que em breve ganharão uma proposta de regulamentação do ministério.

O executivo participou hoje à tarde do painel Conectando Mercados Verticais: oportunidades com IoT e 5G. Em relação à tributação de IoT, Alvim comentou que é preciso olhar para a economia digital de uma forma nova e não na estrutura fiscal em que vinha sendo tratada até agora. Daniela Martins, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do SindiTelebrasil, que esteve no mesmo painel, considera essencial essa compreensão em relação a tributos para o desenvolvimento de todo o setor.

Débora Bortolassi, diretora de Operações Comerciais B2B da Vivo, ressaltou que IoT é um importante pilar para a operadora e toca de maneira transversal todas as linhas de negócios da empresa. “Há um mundo de oportunidades que passa por várias aplicações, como gestão de frota, carros conectados, agronegócio, cidades inteligentes e muitos outros”, observou.

A Vivo quer fazer parte de diversos ecossistemas de inovação e, de acordo com a executiva, tem hoje em seu portfólio várias soluções, além da conectividade. Em relação ao 5G, Débora acredita que haverá uma mudança de patamar. “Vamos para outras perspectivas de aplicações, nas quais vamos conseguir prover tempo de resposta e velocidade de dados que são necessários para sistemas de missão crítica ou  que utilizem realidade aumentada e virtual”, disse.

De acordo com Leonardo Finizola, diretor de Novos Negócios da Nokia, estamos vivendo um momento de renovação de estruturas empresariais e serviços. No caso da própria Nokia, também houve mudanças. “Para atender verticais, temos equipes que vão a campo, conhecer a fundo o consumidor final, seus problemas, e outras equipes que desenvolvem soluções com o apoio daqueles que foram a campo”, explicou.

A empresa se preocupa com a formação de profissionais para atender a essas soluções customizadas nas verticais, motivo pelo qual fechou parceria com o Senai para a oferta de cursos. E valoriza muito as parcerias feitas para que se possa levar soluções adequadas para todos os setores da economia.

Mauro Fukuda, diretor de Tecnologia da Oi, disse que as parcerias são estratégicas para todos. Ele enfatizou que a empresa tem a Oi Soluções, capacitada para desenvolver soluções para qualquer área de negócios. “É preciso muita customização, as necessidades podem ser muito diferentes e mesmo na própria área de atuação os projetos podem ser diversos”, ponderou.

Em relação ao 5G, o executivo engrossa o coro dos que consideram que haverá inúmeras oportunidades. “Essa tecnologia vai proporcionar modelos de negócios diferentes, vai exigir flexibilidade na cadeia produtiva e gerar uma infinidade de soluções”, declarou.

Marcia Costa, gerente executiva de Tecnologia da Vale, ficou animada com o que acompanhou durante o Painel. “É muito bom ouvir que todos os setores estão mobilizados no movimento da conectividade”, ressaltou, Para ela, o primeiro desafio na cultura empresarial é admitir que sempre há novas formas de rodar os negócios.

Ela também falou sobre o projeto de indústria 4.0 da mineradora, que inclui, entre outros tópicos, uma parceria com a Vivo para uma rede privada LTE nas 15 unidades de operação da companhia. A Nokia, tradicional fornecedora da empresa, também foi escolhida para fazer parte desse projeto.

Os debates sobre diversos temas terão sequência ao longo desta terça-feira 15, e nos dias 22 e 29 de setembro. As inscrições são gratuitas, e a programação completa do Painel pode ser acessada no site http://paineltelebrasil.org.br/.

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