Telecom foi essencial para o Einstein levar medicina a áreas remotas do Brasil

Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, lembrou que a conectividade permitiu o uso da telemedicina no atendimento à região Norte do País. 

Plataforma do Einstein foi usada por 30 mil profissionais do SUS durante a pandemia da Covid-19. Klajner participou do Painel Telebrasil 2020.

O Hospital Albert Einstein expandiu a prática da telemedicina durante a pandemia da Covid-19, tendo registrado cerca de 2 milhões de pessoas com acesso à plataforma. Ao participar de debate no Painel Telebrasil, nesta terça-feira, 8/9, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, explicou que a instituição conta com programa de telemedicina desde 2012, mas que até então –  respeitando a legislação vigente de 2002 –  só conectava médicos. 

Devido à pandemia, foi liberado o atendimento de pacientes a distância, por meio de recursos tecnológicos, como as videoconferências. Em meados de março, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prática em caráter excepcional e enquanto durar a crise da Covid-19. No fim do mesmo mês, o Senado aprovou o Projeto de Lei 696/20, facultando a telemedicina durante a pandemia do coronavírus no Brasil. O objetivo foi desafogar hospitais e centros de saúde. 

Com isso, o serviço de telemedicina do Hospital Albert Einstein passou de 1,2 mil atendimentos em fevereiro para 7,9 mil em março, 16,5 mil em abril e 22,3 mil em maio, um salto de 1.758% em quatro meses. Em junho, com a estabilização da crise sanitária, foram 18,8 mil atendimentos.

“A pandemia colocou lente de aumento no que é ineficiência do País, mas também no que se pode fazer mais e melhor, como parcerias público-privadas para, por exemplo, criar e ampliar leitos, hospitais de campanhas e o uso cada vez maior da telemedicina. Chegamos a 540 leitos de UTI distantes, onde não há especialistas, mas, por telemedicina, permitiu-se uma conduta mais sofisticada e correta, e isto diminuiu a mortalidade”, disse.

Ele apontou também que a plataforma do Albert Einstein foi utilizada por 30 mil profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento em estruturas de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos postos do SUS, fruto de uma parceria com o Ministério da Saúde.”A telemedicina ganhou com a pandemia. Com o decreto, conseguimos mostrar o real valor desta ferramenta para quebrar a barreira logística, dar mais acesso aos médicos e assistir as pessoas”, ressaltou.

Durante sua fala, Klajner destacou o relevante papel da conectividade para fazer a medicina de ponta chegar a lugares remotos. “Com a infraestrutura disponível e os municípios cobertos com rede de dados, passamos a disponibilizar a telemedicina a profissionais que atendem na região Norte do País”, contou.  Com a Covid-19, outro projeto levou equipamentos a uma tribo indígena localizada a cerca de mil quilômetros de Manaus. “Deixamos equipamentos e com o uso da telemedicina evitamos remoções desnecessárias de indígenas. Até exame de ecografia foi realizado a distância para fazer diagnóstico”, acrescentou.

Para Klajner, colocar o setor privado trabalhando junto com o público é fundamental. E a lição principal que se tira da pandemia é o rompimento de barreira logística para levar  saúde para a população remota. “Ficam o interesse e o desejo de modernização permitindo que possamos  dar maior, melhor e mais democratizado acesso à saúde.” 

Os desafios para a retomada da economia e o papel fundamental de telecom neste processo estão em debate no Painel Telebrasil 2020, nos dias 8, 15, 22 e 29 de setembro. As inscrições são gratuitas e a programação completa do Painel pode ser acessada no site http://paineltelebrasil.org.br/.

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