TICs são o caminho para o Brasil aumentar a competitividade

Apesar do cenário econômico, tributário e regulatório desfavorável, há otimismo e caminhos para o aumento da produtividade no Brasil, afirma a sócia da LCA Consultores Cláudia Viegas no Painel Telebrasil 2019.

Ao participar do Painel Telebrasil 2019 nesta quarta-feira, 22/05, a sócia da LCA Consultores Cláudia Viegas falou da urgência brasileira em ganhar produtividade para retomar o crescimento econômico. Ela expôs números preocupantes, como a queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2015 e 2018, o aumento de 23% da dívida bruta do setor público, o encolhimento de 8 pontos percentuais do PIB per capita nos últimos cinco anos e os 13,1 milhões de desempregados (em fevereiro de 2019), que equivalem à população da cidade de São Paulo.

Como consequência, disse Claudia, perdemos qualidade de vida, com mais habitantes vivendo na linha da pobreza extrema (15,2 milhões), queda no número de leitos hospitalares, diminuição do poder de compra e aumento da violência urbana. “O reflexo disso tudo foi a perda de posições de competitividade da economia brasileira. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, o Brasil perdeu 32 posições no ranking, o que reflete uma queda de infraestrutura e de competitividade”, afirmou.

“Daí a urgência em ganhar produtividade para voltarmos a ser competitivos. Temos que ser capazes de introduzir um choque de produtividade”, alertou, explicando que o ganho de competitividade interfere diretamente no PIB do País. “Para cada ponto percentual ganho em competitividade, teremos um aumento de 0,11 no PIB”, contabilizou.

TICs para ganho de produtividade

A boa notícia é que soluções completas de Tecnologias da Informação e Comunicação podem promover ganhos significativos de produtividade. Cláudia exemplificou com uma única simulação, de uma ferramenta de sincronia de semáforos na cidade de São Paulo.

O paulistano passa, em média, 82 minutos no trânsito. “Isso é tempo perdido, em que não há nenhuma produtividade”, afirmou. “Se fizermos um cálculo rápido, considerando o salário médio na cidade, temos R$ 300 bilhões deixados de produzir anualmente”, destacou. Ao reverter isso em horas trabalhadas, seria possível gerar o equivalente ao PIB da região Sul do Brasil. “Em um ano, poderíamos gerar 13,6 milhões de novos postos de trabalho, R$ 179 bilhões em salários e R$ 9,8 bilhões em arrecadação de impostos”, calculou.

A questão, lamentou Cláudia, é que, mesmo diante de todos esses indicadores, o setor de telecomunicações segue sem destaque nas políticas públicas, com morosidade na aprovação de projetos, aumento da carga tributária e dificuldades para aumento de investimentos.

Recuperação da competitividade

Ainda assim, na contramão do cenário desfavorável, o mercado experimenta crescimento no volume de acessos na telefonia móvel e internet. E isso estabelece a condição favorável para usar a infraestrutura já instalada. “Há urgência, os indicadores não dão mais tempo para erros ou postergação de implementação de ações. Temos de aproveitar a infraestrutura já instalada”, advertiu.

Segundo ela, um Brasil digital, inovador e competitivo, com ações elencadas para TICs, é capaz de recuperar as 31 posições no ranking de produtividade. “Seria correspondente a 0,93 ponto percentual adicional no crescimento do PIB, o que representa mais de R$ 200 bilhões nos próximos anos.”

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