É preciso evitar que metade dos celulares de Goiânia fiquem mudos
Brasília, 27 – Pelo menos metade da população de Goiânia pode ficar sem os sinais de telefonia celular, caso a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) decida levar adiante a decisão de desligar 130 antenas de telefonia móvel instaladas na capital de Goiás. Em Goiânia, os serviços móveis, incluindo telefonia celular e banda larga móvel, são atendidos por 261 Estações Radio Base (ERBs) e a decisão da Amma significaria reduzir pela metade a cobertura dos serviços.
Em respeito à população de Goiânia, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) vem a público alertar para o fato de que a medida, se adotada, trará grande impacto negativo para a população, especialmente para aquelas pessoas que precisam do celular no trabalho, como médicos, taxistas, hotéis e restaurantes, por exemplo. Sem falar nas chamadas para serviços de emergência, como polícia e corpo de bombeiros.
Além de exigir licença ambiental de um serviço que não polui e não causa danos ao meio ambiente, a legislação municipal de Goiânia impõe outras dificuldades à expansão dos serviços de telefonia celular, com a obrigação descabida de atualizar a cada dois anos essa licença onerosa.
Saúde – As prestadoras de serviços de telefonia móvel seguem rigorosamente a Lei Federal 11.934/2009, que determina a adoção em todo o território nacional de níveis de emissão de campos eletromagnéticos de radiofrequência apontados como seguros pela Comissão Internacional de Proteção Contra a Radiação Não Ionizante (ICNIRP). Esse organismo dá assessoria à Organização Mundial da Saúde (OMS) em suas orientações a entidades reguladoras de todo o mundo, inclusive à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A OMS já publicou estudos que mostram que não existe evidência científica de que o celular faça mal à saúde. Em um desses estudos, divulgado no ano passado, a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), ligada à OMS, classificou os campos eletromagnéticos de radiofrequência da telefonia móvel no mesmo grupo em que está o cafezinho e o talco e com menos probabilidade de causar câncer que a luz solar.
Num momento em que a demanda brasileira por telefonia móvel cresce a um ritmo de dois milhões de celulares por mês, principalmente para a conexão à internet, a Amma quer colocar um freio nesse crescimento, impedindo a população goianiense de acompanhar essa evolução.
O SindiTelebrasil repudia tal decisão e esclarece que a prestação dos serviços de telefonia celular somente pode ser feita utilizando antenas. O Sindicato ressalta, por fim, a importância de se criarem condições adequadas para permitir a expansão da infraestrutura e atender à crescente demanda dos habitantes de Goiânia.