Conexis apresenta solução híbrida para interferência do 5G nas parabólicas

Maior preocupação é não adiar o início da implantação do 5G, que poderia atrasar cerca de 2 anos caso fosse adotada a migração de imediato

Brasília, 11/01/20 – A Conexis Brasil Digital apresentou ao governo uma proposta híbrida para solucionar as eventuais interferências do 5G nas parabólicas (TVRO). A solução seria implantada em duas etapas, começando com a mitigação das interferências com uso de filtros e passando posteriormente para a migração do serviço de TVRO residencial para a banda Ku, após o início da implantação do 5G. O modelo está sendo apresentado à Anatel e aos Ministérios das Comunicações e da Economia.

A maior preocupação das operadoras é buscar uma solução que não atrase a implantação do 5G no Brasil e garanta o início rápido na tecnologia no país. Pelo levantamento da Conexis, a implantação da migração desde o início, por sua complexidade operacional, poderia atrasar o 5G em 2 anos. Este foi o tempo aproximado que a EAD levou para distribuição dos kits da TV digital terrestre.

“Com a migração ocorrendo após a implementação do 5G, embora seja um processo complexo, não trará atraso na tecnologia”, diz a Conexis em suas conclusões.

A entidade avalia que mesmo com esta proposta híbrida, a adoção da mitigação numa primeira etapa ainda é a solução economicamente mais adequada. “Em 3 anos, a soma dos recursos necessários para as duas etapas fica menor que migrar hoje, pelo decréscimo anual das TVROs”, conclui a Conexis, acrescentando que o custo de eventuais ressarcimentos da Banda C tende a diminuir com o vencimento de diversas outorgas de satélite nos próximos anos.

A proposta se apoia nos testes de campo e de laboratório já realizados pelas operadoras e pelo CPqD, e depois confirmados pela Anatel, que atestam a viabilidade da convivência do 5G com a TVRO na faixa de 3,5 GHz, com a utilização de filtros LNBF. Também foi assegurada pelos fornecedores desses filtros a capacidade de produção para realizar a mitigação.

Pelos estudos feitos pelas operadoras, é possível acomodar, acima de 3.8GHz, todos os canais abertos analógicos e digitais de TV por satélite não sendo necessária a digitalização dos canais analógicos na mitigação.

Outro ponto abordado na proposta é a análise jurídica, elaborada pelo escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados, que afirma não haver sustentação legal para fazer a migração neste momento. Segundo o parecer, não há política pública para a digitalização da TV satelital, pois não está prevista no decreto de migração da TV terrestre para a TV digital (5.820/2006).

A entidade pondera ainda que o uso da TVRO está em declínio no país e a digitalização da TV terrestre com o saldo da EAD reduz ainda mais o volume de TVROs a serem tratadas em ambos cenários.

“A solução de mitigação é possível tecnicamente, é mais barata e mais simples e implantada gradativamente, combinada com a posterior migração, permitirá um início rápido do 5G no Brasil”, avaliou o presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari.

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